Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sexta-feira, 24 de agosto de 2012

JOÃO ROBERTO CÔNSOLI



Na linda Minas Gerais, mais precisamente em Pouso Velho. o menino João Roberto Cônsoli conheceu toda a grandiosidade colorida da vida. Era um ano de grandes descobertas, precisamente em 12 de julho... Hoje tem a infância como um grande legado que não quer esquecer... E tal qual um homem menino se vê nas dobras do tempo olhando o Livro-Existência como uma criança que brinca em montar o enigmático quebra cabeça do mundo.
Formou-se em Odontologia pela UFMG, Belo Horizonte (MG). Hoje encontra-se já aposentado das atividades trabalhistas. Pertence à Academia Virtual Poética do Brasil e ao Sarau Libertário, onde publica seus contos, crônicas e poesias. No ano de 2004 publicou pela Editora Armazém de Idéias o romance de título: "A Incrível Viagem de Élfin Korat". Cônsuli descobriu-se poeta na adolescência e articulou a mistura perfeita das palavras em seu primeiro poema: "Pensamentos da Vida.".
Ele se define assim: - Sou um ser à procura de mim próprio. Dono de espírito inquieto como todo canceriano, ele está sempre em busca do definir exato da vida.
Através da literatura, da música ou do pincel vai traçando em telas ou obras literárias sua trajetória como um orgulhoso (no bom sentido ) Cidadão do Universo. Semeia nas estradas percorridas o ensinamento para então colher o aprendizado do autoconhecimento, da sabedoria, espiritualidade e os segredos ocultos da imortalidade. Nosso amigo poeta tem como passatempo a leitura, internet e construção de violinos. Gosta de animais, plantas, tudo enfim, que se encontre na magia da natureza. Gosta também do silêncio que sempre fala verdades sem que o eco das palavras invada o espaço. Tem Deus como uma forma de energia que permeia todo o Universo e para ele o dia começa começa bem, quando o sol desponta no horizonte com suas nuances magistrais e os pássaros entoam o hino matinal.


 Anna Peralva
   


Soneto da Casualidade
J.R.Cônsoli

 
Quem eu seria, caso eu não fosse?
Talvez a sombra do que eu nada fora,
Quem sabe o alento que não  tomou posse,
Por ser a posse pouco duradoura.

 
Seria o nada, a rejeição do tudo?
Acaso o tudo com o vazio do nada?
Seria a fala na boca do mundo?
Quiçá a curva da encruzilhada!

 
Nessa dúvida atroz que virou norma,
Eu Não sou treva  nem tampouco luz,
Talvez u'a sombra COM UMA OUTRA FORMA!

 
Sou do universo a experiência vã...
onde um ILUSÓRIO pixel me conduz,
Em busca dos fantasmas do amanhã.
  
Trabalho de arte: Marilda Ternura

JOSÉ PAULO PAES

JOSÉ PAULO PAES
(1926 - 1998)
José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga, São Paulo, filho de Paulo Artur Paes da Silva, português, e de Diva Guimarães, brasileira. Passou sua infância na casa do avô materno, J. V. Guimarães, livreiro e tipógrafo.
Em 1943 vai a São Paulo para tentar vaga no curso técnico do Colégio Mackenzie, não consegue, e para manter-se na cidade, trabalha como assistente do escritor Tito Batini. A morte do avô, contudo, leva-o de volta a Taquaritinga.
No início de 1944, presta exames e ingressa no Instituto de Química de Curitiba, formando-se químico industrial em 1948 e durante muitos anos trabalhou em laboratório farmacêutico. Todavia, paralelo a essa profissão, jamais deixou a literatura - cujo interesse foi-lhe passado pelo avô - sendo ainda que nos tempos de aluno em Curitiba, já colaborava com a Revista Joaquim, dirigida por Dalton Travisan. Dessa temporada paranaense, nasce seu livro de estréia, O Aluno, de 1947, fortemrnte influenciado pela poesia de Carlos Drumond de Andrade, que lhe respondeu com o conselho de evitar a imitação de vozes alheias.
Em 1949, transfere-se para São Paulo, quando passa a colaborar com os jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Tempo, Jornal de Notícias e Revista Brasiliense, aproximando-se de escritores modernistas como Graciliano Ramos, Jorge Amado e Oswald de Andrade.
Foi neste tempo que conheceu Dorotéia Costa, conhecida por Dora, primeira bailarina do Teatro Municipal de São Paulo, com quem se casou e a quem dedicou "Cumplices", de 1951, seu segundo livro. Por falta de um estudo melhor, sua obra foi comparada às dos poetas da Geração 45, tendo inclusive participado de uma antologia junto à Haroldo de Campos e Décio Pignatari, quando eram chamados de "novíssimos", ou seja, antes da eclosão da poesia concreta, à qual Zé Paulo (como o chamavam) soube com inteligência absorver, cujos resultados apareceram em seu livro "Anatomias", apresentado justamente por Augusto de Campos. Mais que poesia concreta, seu livro aproveita um ritmo "oswaldino", como nos poemas "L'affaire Sardinha" (que fora publicado em 1962 na antologia Violão de Rua, na UNE) e o conhecido "Epitáfio de um Banqueiro".
Por volta de 1963, José Paulo dá início a um trabalho intenso à frente da Editora Cultrix, abandonando sua profissão como químico, dedicando-se a partir de então integralmete à literatura. Na companhia de Massaud Moisés foi organizador do "Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira".
Em 1981, aposenta-se como editor, dando início a um dos mais competentes trabalhos de tradução entre os escritores brasileiros, verteu para o português autores de diversas línguas, como Charles Dickens, Joseph Conrad, Pietro Aretino, Konstantínus Kaváfis, Laurence Sterne, W. H. Auden, William Carlos Williams, Ovídio, Paul Éluard, Edward Lear, Rilke,  Lewis Carrol, entre outros tantos.
Seu reconhecimento na matéria resultou em sua nomeação como Diretor da
Oficina de Poesia no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Em 1986 vem à público o livro "Um Por Todos", reunindo seu trabalho até então, apresentado pelo crítico Alfredo Bosi. Vem ainda da década de 1980 seu interesse pela poesia infantil, com a qual alcançou grande êxito entre as crianças.
Em 1989, lançou pela coleção "Claro Enigma" , organizada por Augusto Massi, o livro "A Poesia está morta, mas eu juro que não fui eu", título extraído do poema "Acima se qualquer suspeita". 
Na década de 1990 dá sequência ao seu trabalho, lançando diversos livros de ensaios, poemas infantís, traduções e poesias, sendo o "Prosas seguidas de odes mínimas", um dos mais bem recebidos, livro no qual reflete um momento difícil de sua vida, quando tem a perna amputada, como pode-se ler no poema "Ode à minha perna esquerda". 
Zé Paulo faleceu em 1998, deixando inédito o livro "Socráticas", que veio ao público em 2001
CONVITE
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião...
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam,
como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
Fontes de Pesquisa:
 Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

HELENA KOLODY

 
HELENA KOLODY
(1912 - 2004)
 
Filha de imigrantes ucranianos da Galícia Oriental, que se conheceram no Brasil e se casaram no Paraná, nasceu em Cruz Machado (PR), dia 12 de outubro de 1912, a grande poetisa Helena Kolody.
Helena passou parte da infância na cidade de Rio Negro, onde fez o curso primário, estudou piano, pintura e, aos doze anos, fez seus primeiros versos.
 
Seu primeiro poema publicado foi A Lágrima, aos 16 anos de idade, e a divulgação de seus trabalhos, na época, era através da revista Marinha, de Paranaguá.
 
Aos 20 anos, Helena iniciou a carreira de professora do Ensino Médio e inspetora de Escola Pública. Lecionou no Instituto de Educação de Curitiba por 23 anos. Helena Kolody, segundo o que consta em seu livro "Viagem no Espelho", foi professora da Escola de Professores da cidade de Jacarezinho, onde lecionou por vários anos.
 
Seu primeiro livro, publicado em 1941, foi "Paisagem Interior", dedicado a seu pai, Miguel Kolody, que faleceu dois meses antes da publicação.
 
Helena se tornou uma das poetisas mais importantes do Paraná e praticava principalmente o haicai, que é uma forma poética de origem japonesa, cuja característica é a concisão, ou seja, a arte de dizer o máximo com o mínimo. Foi a primeira mulher a publicar haicais no Brasil, em 1941.
Em pequenos versos e poucas rimas a poetisa encanta o leitor com sua simplicidade e amor à sua história .
Helena, em princípio, foi muito criticada com argumentos de que o que escrevia "não era soneto, não tinha rima, não era poesia". Mas, ela gostava de desafios e assim tornou- se a primeira paranaense "Hajin" ( pessoa que cultua Haicai), com o nome artístico de Reika ( perfume da poesia), concedido em 1993 pela comunidade nipobrasileira de Curitiba.
Helena Kolody foi vencedora de vários concursos, tema de filme, peça teatral e tese universitária; é autora de numerosos livros, sendo que "Paisagem Interior" (1941) foi o primeiro a ser editado, além de vários outros como:

"Música Submersa" (citado anteriormente), "InfinitoPresente" (1980), "Viagem no Espelho" (1995) e "Caixinha de Música" (1996) .
 
Foi admirada por poetas como Carlos Drummond de Andrade e Paulo Leminski, sendo que, com esse último, teve uma grande relação de amizade pessoal e literária.
 
Em 1985 recebe o "Diploma de Mérito Literário da Prefeitura de Curitiba", em 1987 o título de "Cidadã Honorária de Curitiba", em 1988 foi criado
o "Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody", realizado anualmente pela Secretaria da Cultura do Paraná, em sua homenagem, em 1991 foi eleita para a Academia Paranaense de Letras.
Em 1992, o filme "A Babel de Luz", do cineasta Sylvio Back, homenageia os
80 anos da poetisa, tendo recebido o prêmio de melhor curta-metragem
e melhor montagem, do 25° Festival de Brasília.
Em 2002, foi feita uma exposição em homenagem aos 80 anos da poetisa,
na Biblioteca Pública do Paraná e, em 2003, recebe o título de "Doutora Honoris Causa" pela Universidade Federal do Paraná.
Aos 82 anos, Helena Kolodi faleceu em Curitiba (PR) em 15 de fevereiro de 2004.
 
 
AREIA
 
Da estátua de areia,
nada restará
depois da maré cheia.
 
** ** **
 
HAI-KAIS
 
Deus dá a todos uma estrela.
Uns fazem da estrela um sol.
Outros nem conseguem ve-la.
*
Arco íris no céu.
Está sorrindo o menino
que há pouco chorou.
*
Trêmula gota de orvalho
Presa na teia de aranha,
Rebrilhando como estrela.
*
Festa das lanternas!
Os ipês estão luzindo
De globos cor-de-ouro.
*
Corrida no parque.
O menino inválido
aplaude os atletas.
*
Nas flores do cardo
leve poeira de orvalho.
Manhã no deserto.
*
O brilho da lâmpada
no interior da morada,
empalidece as estrelas.
*
A morte desgoverna a vida.
Hoje sou mais velha
que meu pai.
 
 
Fontes de Pesquisa:
 
Trabalho de Pesquisa: Eliana llinger (Shir)
 
 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

ODETE RONCHI BALTAZAR



Odete Ronchi Baltazar acordou toda encantada com a vida em Rio Maina, Município de Criciúma, Estado de Santa Catarina. Atualmente fixa residência em Florianópolis. Encantamento este, que faz luzir qual estrela guia seus belos olhos azuis.

Odete formou-se em Língua Portuguesa especializando-se em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina. Na adolescência começou a escrever o que lhe cantava a alma. Somente a partir de 2001, quando começou a fazer parte de grupos literários que suas obras poéticas foram sendo divulgadas e conhecidas por todos os internautas. A Internet, veículo de grande repercussão foi um presente de grande valia para a inspiradíssima poeta. Aí, toda a estesia contida na palavra escrita em forma lírica alçou voo, conquistando seu espaço virtual, onde versos fluíam livres de amarras!

Odete publicou seus trabalhos em Sites, Blogs, E-Books e Antologias Poéticas. No ano de 2006 publicou o livro "Só Poesia"e, em 2009 nascia para os olhos do mundo, "Caixinha de Segredos". Em 2011 publicou o livro de crônicas, "Mentira ou Verdade". Ela escreve sobre sonhos, e vai desalinhavando as dobras do tempo com telas pinceladas de romantismo. A magia permeia sua poesia, o que nos faz mergulhar fundo na essência do todo, assim a distância deixa de existir... Almas se tocam num Universo Místico, uma troca de identidade apenas permitida para quem sai de si e sorve a poesia como alimento. Odete é senhora de grande intimidade com as artes. Pinta telas retratando a bela paisagem na qual vai esboçando sua jornada traçada para o hoje que desvenda mistérios do ontem e sussurra suspiros de um amanhã, que breve  irá revelando o nó do tronco, no badalar das horas vividas.

Odete Tem participação em Antologias, tais como: "DiVersos", Editora Scortecci, 2002;

"Com Licença da Palavra", Ed. Scortecci, 2003; "1ª Antologia Poética AVBL", Ed. da AVBL, 2004; "Virtualismo", Ed. AVBL, 2005; "uniVersos", gráfica e editora Ivan, 2005; "2ª Antologia Poética-Literária AVBL", Editora da AVBL, 2006; 3ª Antologia Poética Literária AVBL, Ed. da AVBL, 2008 e "4ª Antologia Poética Literária AVBL, Ed. da AVBL, 2008.

Endereços de seus sites pessoais onde se pode conhecer um pouco mais sobre a poeta:
www.odetepoesias.com.br
www.palavrasmil.blogspot.com
Anna Peralva
CANTIGA PARA UM AMOR IRREAL
Odete Ronchi Baltazar
Contigo
meus dedos ligeiros
dividem palavras e acentos,
neste mundo inconsciente:
pintura inacabada
de promessas,
bebidas nas noites insones...
Lugar de solitários arpejos,
afônicos versos,
murmúrios e desejos
querendo ter asas reais.
Impossível voo,
impossível reverso,
nesta minha vida
tão cheia de ais.
Fosses um pouco mais
e serias
a minha manhã de sol.
Fosse um pouquinho só a mais serias
minha canção em dó...
Mas és tão pouco!
Só quase...
Inda não és,
e não serás, tampouco.
Agora me vou:
Já esperei demais
por esse amor sem beijos.
Trabalho de Arte: Marilda Ternura

PAUL GÉRALDY

PAUL GÉRALDY
1885 - 1983
 
 
Paul Géraldy é um poeta e dramaturgo francês, cujo nome era Paul Lefrève. Nesceu em Paris, França, em 16 de março de 1885, onde fez seus estudos. Seu pai, Georges Levrève, foi o jornalista que fez a tradução de "Romeu e Julieta" em 1890.
Paul Géraldy publicou sua primeira compilação intitulada "Les Petites Âmes" (As Pequena Almas, em tradução livre) em 1908 alcançando grande êxito popular com a segunda publicação intitulada "Toi et Moi" em 1912, um conjunto de poemas levianos de corte romântico, inspirados por seu grande amor, a bela cantora de ópera Germaide Lubin, com quem se casou, terminando o matrimônio em 1926, a raiz de uma relação amorosa com o Marechal Philippe Pétrain.
Este livro foi traduzido para o português pelo também poeta Guilherme de Almeida.
Seu teatro é um teatro psicológico tradicional, do qual chama de luz são as relações familiares e cenas da pequena burguesia intelectual do período de entreguerra e nele se destacam as obras "Aimer", em 1921; "Le Prélude", em 1938 e " L' homme et L' amour", em 1951.
Suas poesias são simples e, às vezes, desajeitadas e cheias de banalidades, da qual obteve êxito entre o público feminino. Géraldy expressa suas confidências com linguagem de todos os dias, na sua nova obra "Vous et Moi"  (Você e Eu).
Seu sucesso como poeta foi tão grande que tende-se a negligenciar o sucesso no teatro, onde iniciou escrevendo a peça "Les Noces D'Argent" em 1917. Ficou eternamente conhecido como o poeta das mulheres e das coisas do coração.
Paul Géraldy fundou o Cenáculo 20 com Chaplin e Gershwin em 1920 e fez parte do Conselho Literário da Fundação Príncipe Perre de Mônaco, a partir de 1952.
Gérandy não figura na antologia de poesia francesa de Pierre Seghers, porque permanecia quase desconhecido para a geração nascida após a guerra. O jornalista Jean-François Hahn o "redescobriu" e fez com que o público o admirasse em um programa de televisão no início dos anos 80. Foi um assíduo hóspede de Sainte-Maxime, em sua casa "Toi et Moi".
Faleceu em Neuilly-sur-Seine, em 10 de março de 1983, aos 98 anos.
 
MEDITAÇÃO
 
A gente começa a amar
por simples curiosidade,
por ter lido num olhar
certa possibilidade.
 
É como, no fundo, a gente
se quer muito bem,
ama quem a ama, somente
pelo gosto igual que tem.
 
Depois, a gente começa
a repartir dor por dor.
E se habitua depressa
a trocar frases de amor.
 
E, sem pensar, vai falando
de novo as que já falou...
E então, continua amando
só porque já começou.
 
Fontes de pesquisa:
 
Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

AUTA DE SOUZA

AUTA DE SOUZA
(1876 - 1901)
 
 
Auta de Souza foi uma poetisa brasileira da segunda geração romântica (ultrarromântica, byroniana ou Mal do Século). Escrevia poemas românticos com alguma inffluência simbolista de alto valor estético. Segundo Luís da Câmara Cascudo, é "a maior poetisa mística do Brasil".
Filha de Elói Castriciano de Sousa e Henriqueta Leopoldina Rodrigues e irmã dos políticos norte-rio-grandenses, Elói de Sousa e Henrique Castriciano.
Auta ficou órfã aos três anos, com a morte de sua mãe (aos 27 anos), por tuberculose e no ano seguinte perdeu também o pai (aos 38 anos), pela mesma doença.
Durante a infância, foi criada por sua avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, em uma chácara no Recife, onde foi alfabetizada por professores particulares. Sua avó, embora analfabeta, conseguiu proporcionar boa educação aos netos.
Aos onze anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paula, dirigido por vincentinas francesas, onde aprendeu francês, inglês, literatura (inclusive muita literatura religiosa), música e desenho. Lia no original as obras de Victor Marie Hugo, Lamartine, Chateaubriand e Fénelon.
Quando tinha onze anos, vivenciou nova tragédia: a morte acidental de seu irmão mais novo, Irineu Leão Rodrigues e Sousa, causada pela explosão de um candeeiro. 
Mais tarde, aos catorse anos, recebeu o diagnóstico de tuberculose e teve que interromper seus estudos no colégio religioso, mas deu prosseguimento à sua formação intelectual como autodidata.
Continuou participando da União Pia das Filhas de Maria, à qual se uniu na escola. Foi professora de catecismo em Macaíba e escreveu versos religiosos. Jackson Figueiredo (1914) a considera uma das mais altas expressões da poesia católica nas letras femininas brasileiras.
Auta começou a escrever aos desesseis anos, apesar da doença.
Por volta de 1895, Auta conheceu João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público de sua cidade natal, Macaíba, com quem namorou durante um ano e de quem foi obrigada a se separar pelos irmãos, que preocupavam-se com seu estado de saúde. Pouco depois da separação, ele também morreu vítima de tuberculose. Esta frustação amorosa tornou-se o quinto fator
marcante de sua obra, junto à religiosidade, à orfandade, à morte trágica de seu irmão e a tuberculose. A poetisa, então, encerrou seu primeiro livro de manuscritos, intitulado Dhálias, que mais tarde seria publicado sob o título Horto.
Aos dezoito anos, passou a colaborar com a revista Oásis, e aos vinte
escrevia para A República, jornal de maior circulação e que lhe deu visibilidade para a imprensa de outras regiões. Seus poemas foram publicados no jornal O Paíz, do Rio de Janeiro. No ano seguinte, passou a escrever assiduamente para o prestigiado jornal A Tribuna , de Natal, e seus versos eram publicados junto aos vários escritores famosos do Nordeste.
Também foi publicada no jornal A Gazetinha, de Recife, no jornal religioso Oito de Setembro, de Natal, e na Revista do Rio Grande do Norte, onde era a única mulher entre os colaboradores.
Venceu a resistência dos círculos literários masculinos e escrevia profissionalmente em uma sociedade onde esse ofício era quase que exclusivamente de homens, já que a crítica ignorava mulheres escritoras.
Suas poesias passaram a circular nas rodas literárias de todo país, despertando grande interesse e tornou-se a poetisa norte-rio-grandense mais conhecida fora do Estado.
Em 1900 publicou seu único livro Horto, de significativa repercussão e cujo prefácio foi escrito por Olavo Bilac, o poeta mais célebre daquela época.
 Entre 1899 e 1900, assinou seus poemas com os pseudônimos de Ida Salúcio e Hilário das Neves, prática comum à época.
Auta de Souza veio a falecer em 7 de fevereiro de 1901, em Natal, em decorrência de sua doença. Lá foi sepultada no cemitério do Alecrim, mas em 1904 seus restos mortais foram transportados para o jazigo da família, em Macaíba, cidade onde nasceu.
Em 1936, a Academia Norte-Riograndense de Letras dedicou-lhe a poltrona XX, como reconhecimento à sua obra.
Em 1951, foi feita uma lápide, tendo como epitáfio versos extraídos do seu poema Ao Pé do Túmulo:
"Longe da mágoa, enfim no céu repousa
Quem sofreu muito e quam amou demais" 
 
 
A ONDE VAI A LÁGRIMA
 
Na terra se chora tanto
Que, se Deus guardasse o pranto
Que o mundo inteiro derrama,
Dos astros lá do infinito
O choro do pobre aflito
Podia apagar a chama.
 
Mas todo o pranto que desce
Por nossa face, parece
Que Deus o transforma em prece...
E a prece, cheiroso incenso,
Se perde no azul dos céus
Buscando o seio de Deus.
 
Fontes de Pesquisa
 
Trabalho de Pesquisa Eliana Ellinger (Shir)