sexta-feira, 14 de outubro de 2011
ODIR MILANEZ
O homenageado de hoje aportou no cais da vida em 02/08 sob o signo de leão, na cidade de Guabarira/PB, mas foi criado e reside em João Pessoa no mesmo Estado. È advogado, contabilista e auditor fiscal aposentado. Acordou poeta aos 36 anos de idade, ao compor “Minha Rua”, inspirado pela beleza de uma mulher que morava nos arredores. Logo após surgiu “Remorsos”, segunda colocada em Talentos e ele define como “em um instante de reflexão sobre o que fiz da minha vida até agora, o que eu sonhava ser quando criança e os meus sonhos atuais sobre o que poderia ter sido e não fui”.
“Que fiz da vida que nasceu comigo?
Por que o remorso pesa em meu passado?
Por que não me arrisquei ante o perigo,
para criar o que não foi criado”?
No início assinava suas poesias como oklima, que seria uma abreviação do seu nome, em seguida veio Odir, de passagem. Perguntei ao motivo e Odir Milanez da Cunha respondeu-me ter se fixado na transitoriedade de sua presença no mundo poético. Alertado por um amigo, que foi contra sua falta de presença física diante do que escrevia passou a assinar como Odir Milanez. Uma cruzada e tanto... É participante dos sites Recanto das Letras e Poesia Pura. Como sou curiosa, indaguei quem ele era e recebi como resposta: “Sou parceiro do vento nos poemas que componho. Sou tão pouco, ó poeta, que nada sei de mim”! E se define assim:
“Eu sou apenas uma luz que passa, de quando em vez, nos enxovais do mundo. Sou milésimo, apenas, de segundo, um segundo que logo se esfumaça. Eu sou um sonho de outro sonho à caça e na caça de sonhos me aprofundo para sonhar bem mais, ser mais fecundo em cada arranjo que ao soneto faça. Eu sou do verso a verve mais discreta, que quando escreve quase ninguém lê, que quando cala é solidão completa. O meu estro se esvai sem rumo ou meta, é passagem final que não se vê, como se fosse a sombra de um poeta.” Sobre amizade ele afirma que:
“A amizade é um presente de Deus
que se pressente presente
na mão que se estende
no momento da dor,
no contrito da oração
e no conforto de um abraço”.
Para o inspirado poeta pedir perdão é um gesto que expressa a humildade do ser humano. De uma forma suave, Odir abre a alma e num belo encontro poético deixa fluir palavras de ternura em cada verso escrito. Sem falar nos maravilhosos sonetos, onde podemos
“Olhar o nada e ver tudo.” Assim, de passagem ou não, Odir deixa suas palavras registradas com maestria no mundo místico da poesia!
Anna Peralva
O AMOR
Odir Milanez
O amor – dos pecados o mais puro,
independe de ter ou não começo.
É frágil de nascença, é inseguro,
mas a sua presença não tem preço.
Filho da luz, esteio do escuro,
sempre muda de nome e de endereço.
A sua embriaguês sempre procuro,
mas dele embriagar-me não mereço.
Pelos bares, poemas mais escrevo.
Nesses versos confesso essa procura
da conquista do amor, que não me atrevo.
Escolho as letras, gravo-lhe a gravura,
da forma facial faço o relevo,
mas me perco do amor na escultura.
O amor me levou a tanto enlevo,
que me perco entre o puro e a loucura!
JPessoa/PB
03/09/2011
Trabalho de arte: Marilda Ternura
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