GUILHERME DE ALMEIDA
(1890 - 1969)
Guilherme de Andrade Almeida, filho do jurista Estevam de Almeida, nasceu em Campinas dia 24 de julho de 1890.
Estudou nos ginásios Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo; cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, concluindo-a em 1912. Passa então a exercer, paralelamante, advocacia e jornalismo.
Foi redator de "O Estado de São Paulo", diretor da "Folha da Manhã" e da "Folha da Noite", fundador do "Jornal de São Paulo" e redator do "Diário de São Paulo".
Com a publicação do livro de poesias "Nós" (1917) iniciou sua carreira literária. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, seu escritório serviu de redação para os fundadores da revista "Klaxon". Percorreu o Brasil, difundindo as idéias de renovação artística e literária. Os livros "Meu" e "Raça" (1925) são fiéis à temática brasileira e ao sentimento nacional.
Dominou amplamente o fazer poético, por ser grande conhecedor da ciência do verso e da língua, ajudando-o também a ser um excelente tradutor.
Dentre outros, traduziu os poetas Paul Geraldy ("Eu e Você"), Rabindranath Tagore ("O Jardineiro" e "O Gitanjali"), Charles Baudelaire ("Flores das Flores do Mar"), Sófocles ("Antígona") e Jean Paul Sartre ("Entre Quatro Paredes").
Nos poemas de "Simplicidade", publicado em 1929, retornou às suas matrizes iniciais e a perfeição formal, sem recair no Parnasianismo. Mas com senso cada vez mais clássico, como os poemas "Camoniana" (1956) e "Pequeno Cancioneiro" (1957).
Em 1932 participou da Revolução Constitucionista de São Paulo. Também foi heraldista, fez brasões-de-armas das seguintes cidades: São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Iacanga e Embu (SP). Compôs também um hino em Brasília, quando a cidade foi inaugurada.
Guilherme de Almeida foi membro da Academia Paulista de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, do Seminário de Estudos Galegos, de Santiago de Compostela, do Imstituto de Coimbra e da Academia Brasileira de Letras.
Em 1957 foi eleito o Príncipe dos Poetas Brasileiros e suas obras são marcadas pela construção cuidadosa dos versos.
Destacam-se A Dança da Horas (1919), Encantamento (1925), Carta à Minha Noiva (1931), Cartas ao Meu Amor (1941) e Acalento de Bartira (1954), entre outros. Seua poemas apresentam, juntamente com o lirísmo bem-composto, toques de ternura e exaltação amorosa, tornando-o muito popular entre o público feminino.
Guilherme de Almeida faleceu em 1969, em São Paulo.
ESSA QUE EU HEI DE AMAR...
Essa que eu hei de amar perdidamente um dia,
será tão loura, e clara, e vagorosa, e bela,
que eu pensarei que é o sol que vem, pela janela,
trazer luz e calor a essa alma escura e fria.
E quando ela passar, tudo o que eu não sentia
da vida há de acordar o coração. que vela...
E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela
como sombra feliz... - Tudo isso eu me dizia.
Quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro,
e claro, e vagaroso. e belo, na luz de ouro
do poente , me dizia adeus, como um sol triste...
E falou-me de longe: "Eu ássei a teu lado,
mas ias tão perdido em teu sonho dourado,
meu pobre sonhador, que nem sequer me viste!"
Fontes de pesquisa:
Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)
Nenhum comentário:
Postar um comentário