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Clube de Poetas









sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

ADELINO FONTOURA CHAVES

ADELINO FONTOURA CHAVES
(1859 - 1884)

Adelino Fontoura Chaves foi um jornalista, ator e poeta brasileiro do romantismo, patrono da cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras.

Nasceu em Arixá, pequeno povoado maranhence, filho de Antônio Fontoura Chaves e de Francisca Dias Fontoura. Adelino é tio-avô do padre, poeta e escritor Fontoura Chaves. Ainda muito pequeno começa a trabalhar e trava contato com Artur de Azevedo - amizade que perduraria.

Mudando-se para o Recife, onde alista-se no Exército, colaborando numa publicação chamada “Os Xênios”, de teor satírico. Inicia, também a carreira de ator, voltando ao Maranhão para uma apresentação – cujo papel rendeu-lhe a prisão. Após este fato, decide mudar-se para o Rio de Janeiro, onde morava o amigo Artur de Azevedo, anos antes.

Pretendia seguir carreira teatral e o jornalismo, falhando na primeira. Colaborou nos periódicos “Folha Nova” e “O Combate”, de Lopes Trovão e em “A Gazetinha”, onde Azevedo escrevia (1880). Participara junto a outros jovens talentos do jornal “A Gazeta da Tarde” – que seria aziago, no dizer de Múrcio Leão, pois, em menos de três anos de sua fundação, os seus criadores haviam todos morrido.

Tendo sido o “Gazeta da Tarde” comprado por José do Patrocínio e, estando Adelino doente, vai à Europa como correspondente em Paris e pensando tratar-se mas, com o rigor do inverno, piora. Vai a Lisboa onde, apesar das instâncias de Patrocínio para que voltasse ao Brasil, tem seu estado agravado e vindo prematuramente a falecer. Tinha apenas vinte e cinco anos e nenhuma obra publicada.

É patrono da cadeira 38 da Academia Maranhence de Letras.

Ao tomar posse na Academia a 29 de agosto de 2003, Ana Maria Machado retratou o desconhecimento que cerca a obra desse poeta, mesmo entre os eruditos:

“Mas como? Não foi Machado de Assis seu primeiro ocupante? Então ele era o patrono? Não. O patrono, escolhido por Murat, foi Adelino Fontoura. Quem? Pois é... Não encontrei quem, ao ouvir essa correção, identificasse o nome. De minha parte, confesso que também mal havia ouvido falar nele, vaga lembrança de algum poema numa antologia. Pois descobri coisas interessantes na magnífica biblioteca desta nossa Academia, aliás aberta ao público para ser utilizada e fruída.”
Sua obra, esparsa, constitui-se em cerca de 40 poesias, reunidas pela primeira vez na Revista da Academia (números 93 e 117). Foi depois reunida em 1943 e em 1955, por Múcio Leão. Adelino Fontoura não figura na quase totalidade das antologias e históricos da Poesia brasileira - nem a obra "Apresentação da Poesia Brasileira", de outro Acadêmico, Manuel Bandeira, faz-lhe referência.

FRUTO PROIBIDO


Escravo dessa angélica meiguice
por uma lei fatal, como um castigo,
não abrigara tanta dor comigo,
se este afeto que sinto não sentisse.

Que te não doa, entanto, isto que digo
nem as magoadas falas que te disse.
Não as dissera nunca se não visse
que por dize-las minha dor mitigo.

Longe de ti, sereno e resoluto,
irei morrer, misérimo, esquecido,
mas hei de amar-te sempre, anjo impoluto.

És para mim o fruto proibido:
não pousarei meus lábios nesse fruto,
mas morrerei sem nunca ter vivido.


Fontes de pesquisa:
www.pt.wikipedia.org
www.adispersapalavra.blogspot.com

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

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