BRANCA DE GONTA COLAÇO
(1880 - 1945)
Branca Eva de Gonta Syder Ribeiro Colaço, mais conhecida por Branca de Gonta Colaço, foi uma escritora e recitalista portuguesa, erudita e poliglota, que ficou sobretudo conhecida como poetisa, dramaturga e conferencista. Era filha de Ann Charlotte Syder, poetisa inglesa, e do político e escritor português Tomás Ribeiro. Nascida numa das famílias mais ligadas à atividade intelectual da época, na sua juventude convive com nomes de relevo das letras e artes portuguesas.
Com apenas 18 anos de idade, casou-se com o pintor e azulejista Jorge Rey Colaço, adaptando o nome de Branca de Gonta Colaço. O apelido Gonta, na realidade um sobrenome, deriva de Parada de Gonda, a aldeia natal de seu pai.
Cedo, revelando talento para as letras, inicia-se como poetisa e como colaboradora de publicações literárias, contribuindo ativamente para um grande número de jornais e revistas. Deixou colaboração dispersa por múltiplos periódicos, com destaque para os jornais O Dia, de José Augusto Moreira de Almeida, e O Talassa de José Augusto Moreira, um periódico humorístico que foi dirigido pelo seu marido.
Por iniciativa sua, a Academia de Ciências de Lisboa promoveu em 1918 uma homenagem à Maria Amália Vaz de Carvalho. Nessa ocasião, distinguiu-se também como conferencista e recitalista.
Era poliglota, escrevendo correntemente em inglês, sendo-lhe devidas algumas traduções de grande mérito.
Sua obra multifacetada abrange gêneros tão diversos como a poesia, o drama e as memórias. Nela dá um valioso retrato das elites sociais e intelectuais portuguesas do seu tempo, com as quais conviveu e de que fez parte.
Com uma obra reconhecida em Portugal e no Brasil, França e Espanha, foi distinguida por várias sociedades científicas e literárias portuguesas e estrangeiras. O Estado português agraciou-a com a Ordem de Santiago da Espada.
Branca Colaço foi mãe do escritor Tomás Ribeiro Colaço e da escultora Ana de Gonta Colaço.
Faleceu em Lisboa a 22 de março de 1945. Em Lisboa e em Parada de Gonta existem ruas com o seu nome.
O ÚLTIMO ADEUS
Naquela tarde em que nos encontramos
"para o último adeus" - nas garras frias
do "desgosto sem fim" que sempre achamos
qualquer separação de poucos dias...
Tarde de amor em que nos apartamos,
presas das mais acerbas nostalgias,
- talvez porque os protestos que trocamos
valessem mil celestes alegrias -,
Houve um momento - foi um sonho de Arte!
em que um raio de sol veio beijar-te,
com tanto ardor, em rutilâncias tais,
Que eu fiquei muda, a olhar, num gozo infindo,
o beijo que te dava o sol tão lindo...
Mas o teu rosto alumiava mais . . .
Trabalho de Pesquisa Eliana Ellinger (Shir)
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