ANA CRISTINA CRUZ CÉSAR
(1952 - 1983)
Aos 7 anos, Ana Cristina tem seus primeiros poemas publicados no
jornal Tribuna da Imprensa. Entre 1969 e 1970, interrompe o curso clássico no Colégio de Aplicação da Faculdade Nacional de Filosofia, para estudar inglês no Richmond School for Girls, em Londres, pelo programa de intercâmbio da juventude cristã. Ingressa, em 1971, na Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Desde a vida universitária, participa ativamente da cena cultural carioca e do movimento da poesia marginal, convivendo com poetas como Cacaso (1944 - 1987) e intelectuais como Heloísa Buarque de Holanda (1939). Ainda em 1971, inicia a atuação como professora, em escolas de 2º grau e de idiomas. Após a conclusão da graduação, em 1975, colabora para publicações como Opinião, Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo, com destaque para Beijo, importante periódico de cultura, com sete números impressos, cujo processo acompanha desde sua criação.
jornal Tribuna da Imprensa. Entre 1969 e 1970, interrompe o curso clássico no Colégio de Aplicação da Faculdade Nacional de Filosofia, para estudar inglês no Richmond School for Girls, em Londres, pelo programa de intercâmbio da juventude cristã. Ingressa, em 1971, na Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Desde a vida universitária, participa ativamente da cena cultural carioca e do movimento da poesia marginal, convivendo com poetas como Cacaso (1944 - 1987) e intelectuais como Heloísa Buarque de Holanda (1939). Ainda em 1971, inicia a atuação como professora, em escolas de 2º grau e de idiomas. Após a conclusão da graduação, em 1975, colabora para publicações como Opinião, Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo, com destaque para Beijo, importante periódico de cultura, com sete números impressos, cujo processo acompanha desde sua criação.
Em 1979 lança, de forma independente, o primeiro livro de poesia, Cenas
de Abril. Seguem-se Correspondência Completa, uma carta ficcional, e Luvas de Pelica, publicado em 1980. Dessa mesma época datam as primeiras traduções, atividade que se torna objeto de estudo na pós-graduação: em 1981, torna-se mestre em teoria e prática da tradução literária pela Universidade de Essex, Inglaterra. De volta ao Brasil,
de Abril. Seguem-se Correspondência Completa, uma carta ficcional, e Luvas de Pelica, publicado em 1980. Dessa mesma época datam as primeiras traduções, atividade que se torna objeto de estudo na pós-graduação: em 1981, torna-se mestre em teoria e prática da tradução literária pela Universidade de Essex, Inglaterra. De volta ao Brasil,
é contratada como analista de textos pela Rede Globo de Televisão e lança, em 1982, A Teus Pés - reunião de títulos publicados até então e ainda o inédito que nomeia o volume.
Aos 31 anos, em 1983, comete suicídio, atirando-se pela janela do apartamento dos pais, no oitavo andar de um edifício na rua Tonelero, em Copacabana. Após sua morte, o poeta e amigo Armando Freitas Filho (1940) organiza sua obra e promove
o lançamento dos livros Inéditos e Dispersos, em 1985, Escritos da Inglaterra, 1988, e Escritos no Rio, 1993.
A trajetória da autora, que pode ser acompanhada em Inéditos & Dispersos - reunião de poemas escritos desde os 9 anos de idade - revela busca pessoal da expressão poética: os primeiros versos são em geral líricos, metrificados e rimados.
A trajetória da autora, que pode ser acompanhada em Inéditos & Dispersos - reunião de poemas escritos desde os 9 anos de idade - revela busca pessoal da expressão poética: os primeiros versos são em geral líricos, metrificados e rimados.
Já em A Teus Pés (1982) são longos, apresentando tom de conversa, e frequentemente questionam a sociedade conservadora e o lugar nela destinado à mulher. É o que se lê em "Sete chaves", "[...] Não
sou dama nem mulher/ moderna".
sou dama nem mulher/ moderna".
TODA MULHER
A coisa que mais o preocupava
naquele momento
era estudo de mulher
naquele momento
era estudo de mulher
toda mulher
dos quinze aos dezoito.
Não sou mais mulher.
Ela quer o sujeito.
Coleciona histórias de amor.
Ela quer o sujeito.
Coleciona histórias de amor.
** ** **
SONETO
Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu
Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida
Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina
E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?
Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu
Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida
Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina
E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?
Fontes de Pesquisa:
Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)
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