REYNALDO JARDIM
(1926 - 2011)
Filho de um militar negro, Joaquim da Silva Silveira e de uma descendente de espanhola, Edina Jardim Silveira, Reynaldo nasceu dia 13 de dezembro de 1926, em uma família de quatro filhos. Seus pais esforçaram-se muito para faze-los estudarem no Liceu, escola tradicional, mas Reynaldo só pode estudar jornalismo porque conseguiu uma bolsa em uma das turmas de comunicação da PUC de São Paulo.
Formando, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se casou com Edelvaz, que lhe deu dois filhos, Joaquim e Teresa. Foi redator das revistas O Cruzeiro e Manchete. No Rio, exerceu cargos de chefia na Rádio Clube do Brasil, na Rádio Mauá, na Rádio Globo, na Rádio Nacional e, em São Paulo, na Rádio Excelsior. Participou, nos anos 50, da reforma do Jornal do Brasil, criando o Caderno de Domingo, o Caderno B e o Suplemento Dominical. Em 1964, obrigado a deixar o Jornal do Brasil, devido ao golpe militar, Reynaldo Jardim foi assumir a diretoria da revista Senhor e do telejornalismo da recém-inaugurada TV Globo. Em 1967, criou o jornal-escola O Sol. Em 1968, manteve um quadro diário no Jornal de Vanguarda, exibido pela TV Rio, no qual comentava em versos, ao vivo, um acontecimento do dia.
Realizou reformas gráfico-editoriais em jornais A Crítica (Manaus), Gazeta do Povo (Curitiba), Jornal de Brasília e Diário da Manhã (Goiânia).
Viúvo do primeiro casamento, casou-se com a jornalista Elaina Maria Daher, com quem teve três filhos, Rafael, Gabriel e Micael. Em 1998 mudou-se com a família para Brasília e lá foi editor do caderno Aparte do Correio Brasiliense, diretor da Fundação Cultural de Brasília, assessor do Ministério da Justiça e assessor cultural do governo do Distrito Federal.
Reynaldo Jardim manteve coluna diária de poesia de 2004 a 2006 no Caderno B do Jornal do Brasil.
Foi homenageado Cidadão Honorário de Brasília no Teatro Nacional. Ganhou um prêmio Jabuti na categoria poesia em 2010, com seu livro Sangradas Escrituras. A obra, de 1.200 páginas, resume 64 anos de carreira. Em 2011, foi relançado seu livro Maria Bethânia Guerreira Guerrilha, ocasião na qual houve homenagem e declamação de seus poemas pela cantora.
Também foi homenageado na Biblioteca Demonstrativa de Brasília, órgão do qual foi editor.
Faleceu aos 84 anos, de complicações causadas por aneurisma na aota abdominal, deixando a esposa, quatro filhos, dez netos e um bisneto.
SONETO TRAVADO
O que será que ela me ama,
se a imprudência da ternura,
o quando vou, a volta escura,
esse parir quando me chama?
O que terá que assim me odeia,
por que se faz de alegre e raiva,
sendo a distância que desmais,
por que me arranha em sua teia?
O que faria se me esquece
e já me fere da esquivança,
senão me erra o que padece:
A manhã cedo em cada prece,
a fúria azul dessa lembrança,
o calendário que enlouquece.
Fontes de pesquisa:
Trabalho de Pesquisa Eliane Ellinger
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