Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sábado, 18 de maio de 2013

ALCEU WAMOSY


ALCEU WAMOSY
(1895 - 1923)

Alceu Wamosy nasceu em Uruguaiana (RS) em 14/02/1895 e faleceu em Livramento (RS) em 13/09/1923.
Publicou seu primeiro livro de poesias, "Flâmulas" , em 1913. Na época já trabalhava como colaborador no jornal A Cidade , fundado por seu pai em Alegrete (RS). A partir de 1917, tornou-se proprietário do jornal O Republicano, apoiando o Partido Republicano. Continuou colaborando para diversos periódicos. como os jornais A Notícia, A Federação, O Diário  e a revista A Máscara.
Publicou as obras poéticas "Na Terra Virgem" , em 1914 e "Coroa de Sonho" , em 1923.
Postumamente foram publicadas "Poesias Completas", (1925) pela Editora Globa e "Poesia Completa" (1994), em Porto Alegre, na "Coleção Memória"  da  EDIPURCS.
Poeta simbolista, Alceu Wamosy escreveu poemas cheios de desencanto, em uma produção que se destacou no sul do país e que é uma das obras mais significativas do Simbolismo brasileiro, sendo o seu soneto "Duas Almas" um dos mais belos produzido em língua portuguêsa.


   





Lutando ao lado da hostes governamentais, na Revolução Federalista, combatendo em Santa Maria Chica, Pontes do Ibirabuitá e Ponche Verde, recebeu uma bala no peito, vindo a falecer em Livramento, lugar para onde o transportaram, com apenas 28 anos de idade.
Alceu Wamosy é patrono da cadeira nº 14 da Academia Rio-Grandense de Letras. Foi homenageado como patrono da Feira do Livro de Porto Alegre de 1967.



NOTURNO


Tu pensarás em mim, por esta noite imensa
e erma, em que tudo é um frio e silêncio profundo?
Tu pensarás em mim? Por esta noite enfermo,
tendo os olhos em febre e a voz cheia de sustos,
eu penso em ti, no teu amor e na promessa
muda que teu olhar me fez e que eu espero.
(Que dor de não saber se tu não pensas em mim!)
Sob a tenda da noite estrelada de outono,
que eu contemplo através os cristais da janela,
junto ao manso tepor da lâmpada que escuta
- antiga confidente - os meus sonhos e as minhas
vigilias de tormento, eu penso em ti, divina.
(E tu talvez nem te recordes deste ausente!)
Penso em ti. Penso e evoco o teu vulto adorado.
Penso nas tuas mãos - um lis de cinco pétalas -
que, em vez de sangue, têm luar dentro das veias,
nos teus olhos, que são Noturnos de Chopin,
agonizando à luz de uma tarde de sonho,
na tua voz, que lembra um beijo que se esfolha.
Penso. 
(E nem sei se tu também pensas em mim!)
Talvez não. No tranquilo altar da tua alcova,
onde se extingue a luz de um velho candelabro
com uma lâmpada votiva, tu adormeces
sorrindo ao anjo fiel que as tuas pálpebras fecha
para que tu não tenhas sonhos maus.
Eu penso
em ti, sem, a sós, angustiado e febril,
em ti que nem eu sei se lembras de mim...



 Fontes de pesquisa:


Trabalho de Pesquisa Eliana (Shir)

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