VIRGINIA TAMANINI
(1897 - 1990)
Virginia Gasparini
Tamanini, nasceu na fazenda Boa Vista, no Vale do Canaã, município de Santa
Teresa, no Estado do Espírito Santo. Seus pais, Epifânio Gasparini e Catarina
Tamanini Gasparini, ambos italianos que vieram como imigrantes para o
Brasil.
Criada em fazenda, aprendeu as
primeiras letras e adquiriu alguns conhecimentos equivalentes ao ensino
elementar da época com professores particulares. Mais tarde, prosseguiu seus
estudos no Rio de Janeiro, sob orientação de seu irmão Américo que cursava a
Faculdade Nacional de Direito, sendo que, ao final do segundo ano, interrompeu
os estudos por motivo de força maior, regressando à casa
paterna.
Autodidata persistente, Virginia
continuou nos seus esforços para instruir-se, dedicando todos os momentos de
lazer ao estudo e à leitura. Desde cedo revelou inclinação para letras e, ainda
jovem, escreveu um romance folhetim "Amor sem Mácula" , publicado em
capítulos semanais no jornal "O Comércio", de Santa Leopoldina, usando o
pseudônimo de "Walkiria".
Virginia produziu em 1929, 1930 e
1931, as peças teatrais "Amor de Mãe", "Filhos do Brasil", "O Primeiro Amor" e
"Onde está Jacinto?", levadas à cena com sucesso.
Membro da Academia
Espírito-Santense, tomando parte ativa na organização da "Primeira Quinzena de
Arte Capixaba", realizada em Vitória, em 1947. Adaptou, encenou e dirigiu no,
Teatro Carlos Gomes, a peça francesa "Cristina da Suécia", em 1947 e, em 1948,
outra peça francesa "Atala", a última druidesa das Gálias.
Escritora, romancista e poetisa,
pertenceu à Academia Feminina Espírito-Santense de Letras, como patrona da
cadeira nº 3, Associação Espírito-Santense de Imprensa, e sócia correspondente
da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.
Recebeu o título de Cidadã
Honorária de várias cidades capixabas e uma rua em Ibiraçu, recebeu seu
nome.
Virginia Tamanini foi agraciada
com a Ordem do Mérito Marechal José Pessoa, no Instituto Histórico e Geográfico
do Distrito Federal, no grau de Comendador.
Aos 89 anos de idade, ocupou a
Cadeira nº 15 da Academia Espírito-Santense de Letras, cujo patrono é José
Colantino do Couto Barroso.
Virginia G. Tomanini veio a
falecer em Vitótia no ano de 1990.
DIA VIRÁ
Meu filho:
Quando um dia procurares
e não me vires mais,
quando a certeza de minha morte
entrar em tua alma
e fizer teu coração doer,
dá-me teu pranto
que através dele estarei contigo.
Nas lágrimas que chorares,
chorarei;
porque minha dor,
a dor de minha voz não ser ouvida,
a dor de não poder te consolar
será tão grande,
tão esmagadora,
tão penetrante e forte,
que ao sentir-me afastada
do caminho de tua vida,
hei de morrer de novo
após a morte !
EU VIM ME DESPEDIR
Daqui olhando o espaço e a costa
em fora,
É tão maravilhoso o que diviso,
Que creio ser assim o Paraíso,
Nem posso de outra forma o
imaginar !
Por isso penso que Nossa Senhora,
Fugindo ao sopé, quis de improviso
Aparecer aqui, deixando aviso
Da sua escolha para vir morar.
Sobre esta penha, sinto o
pensamento
Arrebatado pela voz do
vento,
E meus sentidos já não são mais
meus.
Ao pé da rocha, se distende o
mar...
Meus olhos descem para contemplar,
Minha alma sobe para estar com
Deus.
Eliana (Shir) Ellinger
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