YONÁ
WALLACH
(1944
- 1985)
Yona Wallach foi uma poetisa
israelense, orgulhosa de sua bisexualidade, que surpreende seus leitores com
expressões ousadas sexualidade e de espiritualidade misturadas. Também contava
com a psicologia junguiana no seu trabalho. Escreveu letras para bandas de rock
israelense que estão em seu livro Island Songs em 1969. Em seu poema, Yonatan,
ela interpreta a si mesma como um menino, Yonatan, que é decapitado por outros
meninos que tem sede de sangue.
Nasceu em Tel Aviv, em 1944.
Ainda antes do Estado de Israel exisitr, enquanto aquela área era o Mandado
Britânico da Palestina. Nessa Tel Aviv que, em sua autobiografia, Amos Oz cita
existirem figuras modernas, que aos seus olhos de criança de Jerusalém, tinham
algo de quase mótico.
Yona ainda não era uma dessas
figuras, ela era um pouco mais nova que Oz (ele nasceu em 39, ela em 44) mas
cresceu nesse ambiente. Quiçá a visão de Oz fosse um tanto obliterada pela
infância e pela vida um tanto estrita que levava em Jerusalém, mas ela
certamente tornou-se uma dessas figuras modernas e
transgressoras.
Yona Wallach era orgulhosamente
bissexual e vivia sua sexualidade de modo bastante livre e de modo assumidamente
político. É considerada uma das mais importantes feministas de Israel, ainda que
algumas de suas performances a aproximem mais do querer do que de qualquer outra
coisa.
Um de seus mais importantes e
polêmicos poemas é Tefillin, em que utiliza os filactórios utilizados pelos
judeus mais ortodoxos ao realizar suas orações, como brinquedo sexual em uma
relação sadomasoquista. Junto com os poemas foram publicadas uma série de fotos
em que Yona estava junto a um modelo nú, que tinha apenas os filactérios atados
aos braços. Ainda hoje tanto poema quanto fotos (que completaram 30 anos) causam
polèmcia entre as comunidades judaicas mundo afora.
Yona Wallach morreu em 1989, aos
41 anos, vítima de câncer.
Tefilim
Venha até mim.
Deixe-me fazer
nada
Você faz por
mim
Faça tudo por
mim
Tudo o que eu começar a
fazer
Você faz no meu
lugar
Eu colocarei os tefillin eu
rezarei
Você colocará os tefillin para
mim
Ate-os aos meus
braços
Brinque com eles dentro de
mim
Passe-os delicadamente sobre meu
corpo
Esfregue-os em
mim
Me excite em todo
lugar
Me faça desmaiar com
sensações
Faça com que corram por meu
clitóris
Amarre meus quadris com
eles
Para que eu possa gozar
rapidamente
Brinque com eles dentro de
mim
Amarre minhas mãos e
pernas
Faça coisas
comigo
Contra a minha
vontade
Me vire de
bruços
Coloque os tefillin em minha boca
como rédeas
Cavalgue-me como a uma
água
Puxe minha cabeça pra
trás
Até eu gritar de
dor
E você ter
prazer
Mais tarde eu os passarei sobre
seu corpo
Com intenções bem
claras
É, que rosto cruel eu vou
ter
Eu os passarei devagar sobre seu
corpo
Devagar devagar
devagar
Ao redor de sua garganta eu os
passarei
Eu vou enrolar uma das pontas ao
redor da sua garganta algumas vezes
E amarrar a outra ponta a algo
estável
Algo muito pesado que talvez
gire
Eu puxarei e
puxarei
Até o que seu último suspiro
escape
Até que eu te
estrangule
Completamente com os
tefillin
Eliana (Shir)
Fontes de pesquisa:
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