ALBERTO DE OLIVEIRA
(1857 - 1937)
Antônio Mariano Alberto de
Oliveira, nasceu em Palmital de Saquarema, Niterói, foi um poeta, professor e
farmacêutico, figura como líder do Parnasianismo brasileiro, na famosa tríade
Alberto de Oliveira, Raimundo Correa e Olavo Bilac. Foi Secretário Estadual de
Educação, membro honorário e imortal da Academia Brasileira de Letras, adotou o
nome literário Alberto de Oliveira.
Seus primeiros estudos foram
realizados em Escola Pública. Formou-se em farmácia, 1884, frequentou o curso de
medicina, onde conheceu Olavo Bilac. Porém, ambos abandonaram a faculdade.
Alberto de Oliveira seguiu sua carreira farmacêutica e casou-se, em 1889, com
Maria da Glória Moreira, com a qual teve um filho.
Após a glória literária,
destacou-se na política como Oficial de Gabinete do Primeiro Presidente de
Estado/RJ, eleito José Thomaz da Porciúncula (1892-1894), do Partido Republicano
Fluminense.
Alberto de Oliveira foi professor
de português e literatura no Colégio Pio-Americano (1095), na Escola Dramática e
Escola Normal (1914), dirigida por Coelho Neto.
Envolveu-se com os fundadores da
Gazeta de Notícias , Manuel Carneiro e Ferreira de Araujo, publicando
poemas posteriormente reunidos no seu livro Canções Românticas e
conhecendo neste jornal Machado de Assis.
A pedido dos leitores, publicou
Sonetos e Poemas (1885), consagrando-se junto ao público e, em 1895,
Versos e Rimas.
Depois de quatro livros publicados,
foi convidado por Machado de Assis para a Fundação da Academia Brasileira de
Letras, em 1897, ocasião em que se ve a longevidade do convívio entre o
romancista e o poeta.
Com Raimundo Correia e Olavo Bilac,
formou a tríade mais representativa da Idéia Nova da Nova Geração, hoje chamado
Parnasianismo.
Nos últimos anos de sua vida,
proferiu conferência "O Culto da Forma de Poesia Brasileira" (1913, na
Biblioteca Nacional de São Paulo) e ainda foi homenageado pelo Jornal do
Commércio, em 1917. No mesmo ano, recebeu Goulart de Andrade na Academia
Brasileira de Letras. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, pelo concurso
da Revista Fon-Fon (1924), título desocupado desde a morte de seu amigo Olavo
Bilac. Em 1935, prestigia o Cenáculo
Fluminense de História e Letras, com sua gloriosa presença. Sem dúvida o
Poeta-Professor é "Andarilho Fluminense", semeando Lirísmo e Educação em todos
os lugares por onde passou: Saquarema, Rio Bonito, Itaboraí, São Gonçalo,
Campos, Araxá, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
Seus incontáveis versos falam da
punjança da natureza fluminense e dos encantos da mulher brasileira, ambas
frequentemente evocadas pela memória. Os temas da Grécia Antiga, que
caracterizam o Parnasianismo de moldes franceses, formam uma pequena minoria de
suas obras.
Alberto de Oliveira faleceu em
Niterói, dia 19 de janeiro de 1937. Ve-se sua herma no Jardim do Russel (Rio de
Janeiro), obra do escultor Petrus Verdier, outra no jardim de entrada da sede
histórica da Prefeitura Municipal de Niterói, obra do escultor H.
Peçanha.
DOLORA
Dizia-me a razão, antes de
ve-la:
-"Não vás lá, se não quiseres ser
sujeito
Ao seu olhar que é como o olhar da
estrela..."
Fui. E agora a razão me diz: - "Bem
feito!"
E ardo e choro. E, ebriado de
ventura,
Na própria pena que o lacera e
rala,
O coração aplaude-me a
loucura:
- "Fizeste bem!", o coração que
fala.
***
ACORDANDO
Quero-te, vem! se acaso da
neblina
Do sonho as formas desatar te é
dado,
Se não és sonho tu, se ora
acordado,
Posso tocar-te, sombra
peregrina!
Com o mesmo rosto pálido e
magoado,
Triste o sorriso a boca
purpurina,
Com o todo, enfim, de aparição
divina,
Rompe a névoa, meigo vulto
amado!
Encarna-te! aparece! exurge!
acode!
E em minha fronte a coma ondeante e
escura,
Cheia de orvalhos, úmida,
sacode;
Mas se te dói pisar este
medonho
Chão de abrolhos que eu piso,
imagem pura,
Toma outra vez a aparecer-me em
sonho.
Trabalho de Pesquisa:
Eliana (Shir) Ellinger
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