DA COSTA E SILVA
( 1885 - 1950)
Antônio Francisco da Costa e
Silva, poeta brasileiro, é o autor do hino do Estado em que nasceu, Piauí
(Cidade de Amarante). Formou-se pela Faculdade de Direito do Recife. Foi
funcionário do Ministério da Fazenda, tendo ocupado os cargos de Delegado do
Tesouro no Maranhão, no Amazonas, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Viveu não
só na capital desses Estados, mas também, por mais de uma vez, em Belo Horizonte
e no Rio de Janeiro.
Exerceu função pública na
Presidência da República do Brasil, entre 1931 e 1945, a pedido do então
presidente Getúlio Vargas.
Começou a compor versos por volta
de 1896, tendo seus primeiros poemas publicados em 1901.
Pertenceu à Academia Piauiense de
letras, Cadeira 21, cujo patrono é o padre Leopoldo Damasceno
Ferreira.
Antônio Francisco da Costa e Silva
foi um grande poeta que conquistou diferentes pessoas com seu jeito harmonioso
de ser. Sua extraordinária obra
oscilou entre o parnasianismo e o simbolismo, mas sempre com um estilo próprio
inconfundível.
Recolheu-se ao silêncio, demente,
em 1933 e veio a falecer em 29 de junho de 1950.
IN
TENEBRIS
Cego, tateio em
vão, num caminho indeciso...
Que é feito
desse amor que tanto me entristece,
Que nasceu de
um olhar, germinou num sorriso,
Que viveu num
segredo e morreu numa prece?!
É um mistério
talvez; desvenda-lo preciso.
A alma sincera
e justa - odeia, não esquece...
Si essa a quem
tanto quiz hoje me não conhece.
Morra a ventura
vã que debalde idealiso.
Ai! desse amor
nasceu a dor que me subjuga:
A dor me fez
verter a lágrima primeira,
E a lágrima, a
brilhar, cava a primeira ruga...
Atra desilusão
crava-me a garra adunca.
Cego de amor,
em vão tateio a vida inteira,
Buscando o amor
feliz e esse amor não vem nunca.
*******
SAUDADE
Saudade! Olhar
de minha mãe rezando,
E o pranto
lento deslizando em fio...
Saudade! Amor
da minha terra...O rio.
Cantigas de
águas claras soluçando.
Noites de
junho...O caburá com frio
Ao luar, sobre
o arvoredo, piando, piando...
E, ao vento, as
folhas lívidas cantando
A saudade
imortal de um sol de estio.
Saudade! Asa de
dor do pensamento!
Gemidos vãos de
canaviais ao vento...
As mortalhas de
névoa sobre a serra...
Saudade! O
Parnaíba - velho monge
As barbas
brancas alongando...E, ao longe,
O mugido dos
bois da minha terra...
Eliana (Shir)
Ellinger
Fontes de
pesquisa:
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