MARIA BRAGA HORTA
(1913 - 1980)
Maria Braga Horta nasceu na
Fazenda Boa Esperança, no Arraial de Bom Jesus da Cachoeira Alegre, Município de
Muriaé, Minas Gerais, em 17 de fevereiro de 1913 e faleceu em Brasília, dia 6 de
abril de 1980. Aos 12 anos de idade, começou a escrever versos e, aos 15, seus
primeiros sonetos - o marco mais alto de suas obras.
Em 1930, iniciou as publicações de
suas poesias no Jornal Manhumirim, e logo em jornais e revistas do Espírito
Santo, do Rio de Janeiro e outros Estados.
Em 1934, casou-se com o advogado e
poeta Anderson de Araujo Horta, com quem teve cinco filhos - Anderson, Arlyson,
Flávio, Glorinha e Goiano. O namoro começou antes que ela completasse vinte
anos, e com ele estabeleceu-se um diálogo poético. Os primeiros versos de amor
partiram do namorado, com um soneto de parabéns pelo aniversário da amada. Os
poemas de Maria Braga Horta nesse diálogo constam do capítulo "Nossa História de
Amor" , de seu livro "Caminho de Estrelas", publicado em 1996, após sua morte,
pela Massao Ohno Editora, sob organização do filho também poeta, Anderson Braga
Horta.
Com o marido Anderson de Araújo
Horta, peregrinou por uma dezena se cidades de Minas Gerais e Goiás. Teve seu
soneto "Legado" incluído por Carlos Drummond de Andrade em "Uma Pedra no Meio do
Caminho". Figurou em antologias poéticas do 2º Torneio Poético da Poesia Falada
(Niterói), de Joanyr de Oliveira, de Aparício Fernandes e de Nilto Maciel, no
volume 2 de Escritores Brasileiros ao Vivo, Danilo Gomes, em Antologia de Contos
de Napoleão Valadares e em seu dicionário de Escritores de
Brasília.
Detentora de vários prêmios,
alcançou o 1º lugar no Primeiro Concurso de Poesia da Fundação de Assistência
aos Garimpeiros (Brasília, 1971).
EXORTAÇÃO
Alma inquieta e sem rumo, sem
morada
dentro do próprio ser, que te
acontece?
Para onde vais? Que buscarás na
estrada
onde o esplendor do sol
desaparece?
Que desejas colher nessa
encantada
terra de sonhos? Que dourada
messe
supões haver na senda
extraviada
onde nem mesmo o sonho
permanece?
Olha em torno de ti. Volta e
procura
em ti mesma o caminho da
ventura
que andas buscando sem saber se
existe...
Encontrando-te, enfim, terás a
glória
de tornar a existência
transitória
mais serena, mais terna, e menos
triste.
** ** **
LIRISMO
Fale um outro poeta mais
austero
de temas, em geral, de alto
horizonte,
ou imite Camões, Virgílio,
Homero,
buscando a inspiração em nobre
fonte.
Que eu não tento transpor tão longa
ponte
e pemetrar num mundo tão
severo.
Como Kháyyám, Gonzaga e
Anecreonte,
só canto o amor, só dele a glória
espero.
"Ser poeta é ser triste." Esta
legenda
vem na fronte da porta e é como
prenda
que lhe fazem as musas no
batismo.
Desse prêmio, porém, não tive a
parte,
e me faltando enredo, engenho a
arte,
falo de amor no mais banal
lirismo.
Eliana Ellinger
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