Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sábado, 19 de novembro de 2011

NADIR A. D'ONOFRIO


Nadir A. D'Onofrio, nasceu em Santo André, Estado de São Paulo em 03/07.
Casada, reside na baixada Santista Litoral, do Estado de São Paulo.
Neta de imigrantes italianos, pessoas de origem humilde que vieram para o Brasil nos anos de 1888 para trabalhos em fazendas
e lavoura de café.
Formada em enfermagem sempre atuou na área de saúde; dedicou 33 anos de sua vida profissional a Empresa do Grupo Rhodia
onde aposentou-se em 1991, como Supervisora de Laboratório de Produtos Famacêuticos.
Apaixonada pela natureza,( em sua espiritualidade, a sente como dádiva maior do Criador ), ama o mar e a montanha. Apreciadora
de música clássica e instrumental, arte, literatura e esporte.
Tem como hobby a fotografia e cultivar orquídeas.
Seus poetas e escritores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Aghata Christie, JJ Benitez e Lonardo Boff
É membro efetivo da AVBL - Academia Virtual Brasileira de Letras, onde tem vários e-books, um deles em dueto com o
poeta Tonho França e um e-book editado pela Biblioteca Virtual do Portal CEN.
Participou de antologias literárias, Antologia Literária Virtualismo, Escola de Autores, Escritores e Poetas, editado
pela AVBL no ano de 2005 e Antologia Literária DOIS POVOS um destino do Grupo Ecos da Poesia, editada
pela ABRALI no ano de 2006.
No ano de 2005, foi presenteada com um site elaborado pela poeta Simone Borba Pinheiro, ao qual deu continuidade com suas formatações. Em 2006 transferiu seu site para domínio particular, o que conseguiu
com a orientação do amigo e Webdesigner Benjamim Coelho.
Como poeta não se atém a regras ou métricas, sua sensibilidade flui de forma livre, pois livre é o sonhar, toda
a plenitude do amor, a essência dos sentimentos e o voo dos pensamentos... Livre é a alma sábia que entende
os paradigmas da vida e busca a fonte de inspiração para descrever o que sente e descrevendo, encontra a renovação do ser, em constante busca de aprendizado.
Assim sendo, Nadir revela em suas poesias grande sensibilidade, romantismo e uma beleza lírica que leva o leitor a sentir na pele emoções que ultrapassam o limiar das palavras escritas e falam de um sentir grandioso, onde a vida é um constante canteiro em cultivo e o tempo borda em transparências, nascentes crescentes de estesias.
Para conhecer um pouco mais da poeta homenageada de hoje, acesse o link:

http://www.nadirdonofrio.com/

Anna Peralva


Ah, Meu amor se eu pudesse!
Nadir A. D'Onofrio

Partilhar meus conflitos
Falar dos dilemas,
Encostar-me em seu peito,
Adormecer, sonhar.

Mera utopia
Fruto da imaginação,
Do ser carente de afeto
Que clama por atenção.

Se sonhar é viver
Também faz sofrer,
Idealizar um ser,
Que só na minha mente existe...

Você é como preamar!
Chega transbordando alegria,
Logo, mais é maré vazante,
Afasta-se, deixando saudade...

31/11/2007
Serra Negra-SP

Trabalho de Arte: Marilda Ternura

ROSA G DE FABRO (ROSENNA)


Rosa G. de Fabbro nasceu em 01 de julho, sob o signo de Câncer, em Buenos Aires, Capital da Argentina e reside na cidade de Quilmes, que fica a 17 km da Capital. Lá se encontra a maior cervejaria do País e para a alegria de todos, "a festa da cerveja". Rosa é dona de casa, esposa, mãe de uma filha e poeta! Rosa para a família, Rosi para os amigos. Começou a escrever na adolescência e parou por um tempo... Recomeçou no ano de 1994, logo após a morte do nosso querido e inesquecível Ayrton Senna, de quem ainda é fã e adotou como homenagem a ele o pseudônimo de ROSENNA, a quem hoje o Clube de Poetas reverencia. Fez cursos de desenho para publicidade, pintura artística, diversos cursos de artesanatos e por gostar do idioma português, estudou a nossa língua. Rosenna é romântica, sonhadora e criativa. Ser sensível gosta de fotografar, de animais e ter amigos sinceros. Ama de forma plena e intensa e por isso, não admite falsidade e mentiras. Com um lirismo simples ela se inspira na vida, no que vê acontecer enquanto o tempo avança, encurtando as horas... Escreve com a alma ao som de uma música suave ou no silêncio de uma noite insone, onde o sentimento desagua as emoções que o coração sente. Assim ela define a poesia:


Poesia é...
ver a luz ainda que
o sol não tenha saído.

Não possui livros editados, mas participa constantemente em cirandas poéticas em português e espanhol e em vários certames artísticos internacionais, sendo finalista por segundo ano consecutivo, ano 2005, finalista em poesia, ano 2006, obteve o 2º prêmio em fotografia e também obteve menção especial em narrativa.
Tem inúmeros trabalhos postados em diversos sites de amigos. Aos iniciantes no mundo mágico da poesia ela aconselha a continuar na estrada, plantando sonhos e sementes de sentimentos.


Sonhe...nunca deixe de sonhar...
sonhe ainda que seja acordada
mas sempre em realidade...
nunca perca a esperança
de um mundo em paz e liberdade...
sonhe com um amanhã
que tarde ou cedo... chegará!...

Poetando sempre a esperança, Rosenna vai tecendo versos num Universo onde somente o poeta consegue discernir o todo em sua silhueta lírica.

Foi em primavera
Quando sentados à beira do rio, embaixo de um arvoredo
Desde uma rama florescida um coro de pássaros seus trinos ofereceu
E pelas noites quando nos amávamos
Um concerto de grilhos nos arrulhou...
Cumprimentando nosso amor!...

Como ser em viagem nesse mundão de Deus, Rosenna vai polindo arestas em busca de evolução, segue sua intuição e sabe que tudo renasce à luz do dia, quando a vida aflora colorida, intensa, fonte eterna de alquimia. Assim é Rosenna, mulher-poeta que borda palavras com fios de bondade e salpica na poesia escrita, sua generosidade e humildade.

Para conhecer um pouco mais da homenageada de hoje visite o site da autora:

www.rosenna.com

Anna Peralva


Mi Silencio
Rosenna

Aquí estoy...con mis silencios,
mis dudas sin respuesta...
mis caminos inciertos
y tantas otras cosas más...
Esa desolación que se apoderó
de mi cuerpo y mi mente,
que no me deja pensar...
que me lleva diariamente
un poco más cerca de la muerte.
Pero silencio guardaré...
no diré ni una palabra...
dejaré al destino actuar
que él me venga a quitar la venda y...
aún así ...encima de ese escenario...
no hablaré, cerraré mi boca...
no diré siquiera lo que quiero gritar...

que TE AMO !..


Meu Silêncio

Rosenna

Aqui estou...com meus silêncios,
minhas dúvidas sem resposta...
meus caminhos incertos
e tantas outras coisas mais...
Essa desolação que apoderou-se
de meu corpo e minha mente,
que não me deixa pensar...
que me leva diariamente
um pouco mais perto da morte.
Mas silêncio guardarei...
não direi nem uma palavra...
deixarei o destino atuar
que ele venha-me desvendar e...
e ainda assim...em cima desse cenário...
não falarei, fecharei a minha boca...
não direi sequer o que quero gritar...

que TE AMO!..

Trabalho de Arte: Marilda Ternura

JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS

JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS
(1937 - 1984)

Proveniente de uma família da alta burguesia, com antepassados aristocratas , era filho do médico Carlos Ary dos Santos e de Maria Bárbara de Miranda e Castro Pereira da Silva.

Estudou no Colégio de São João de Brito, em Lisboa, onde foi um dos primeiros alunos. Após a morte da mãe, vê publicados pela mão de vários familiares, alguns dos seus poemas. Tinha catorze anos e viria, mais tarde, a rejeitar esse livro. Ary dos Santos revelou, verdadeiramente, as suas qualidades poéticas em 1954, com dezesseis anos de idade. Várias poesias suas integraram então a Antologia do Prêmio Almeida Garret.

No mesmo ano, Ary abandona a casa da família. Para seu sustento econômico exerce as mais variadas atividades, que passariam pela venda de máquinas para pastilhas elásticas, até ao trabalho numa empresa de publicidade. Não cessa de escrever e, entretanto, dá-se a sua estréia literária efetiva, com a publicação de A Liturgia do Sangue (1963). Em 1969 adere ao Partido Comunista Português, com qual participa ativamente nas sessões de poesia do então intitulado Canto Livre Perseguido.

Através da música chegou ao grande público, concorrendo, por mais que uma vez, ao Festival RTP da Canção, sob pseudônimo, como exigia o regulamento. Classifiou-se em primeiro lugar com as canções Desfolhada Portuguesa, na interpretação de Simone de Oliveira, Menina do Alto da Serra, interpretada por Tonicha, Tourada e Portugal no Coração, interpretações do conjunto Os Amigos.

Após o 25 de Abril, torna-se um dinamizador cultural da esquerda, percorrendo o país de lés a lés. No Verão Quente de 1975, juntamente com militantes da UDP e de outras forças radicais, envolve-se no assalto à Embaixada de Espanha, em Lisboa.

Autor de mais de seiscentos poemas para canções, Ary dos Santos conquistou muitos amigos. Gravou, ele próprio, textos e poemas de muitos outros autores e intérpretes. Notabilizou-se também como declamador, tendo gravado um duplo álbum contendo O Sermão de Santo Antônio aos Peixes, do Padre Antônio Vieira. À data da sua morte tinha em preparação um livro de poemas intitulado As Palavras das Cantigas, onde era seu propósito reunir os melhores poemas dos últimos quinze anos e um outro intitulado Estrada da Luz - Rua da Saudade, que pretendia ser uma autobiografia romanceada.

Depois de falecer, a 18 de janeiro de 1984, seu nome foi dado a um largo do bairro de Alfama, descerrando-se uma lápide evocativa na fachada da sua casa, na Rua da Saudade, onde viveu praticamente toda a sua vida. Ainda em 1984, foi lançada a obra VIII Sonetos de Ary dos Santos, com um estudo sobre o autor de Manuel Gusmão e planeamento gráfico de Rogério Ribeiro, no decorrer de uma sessão na Sociedade Portuguêsa de Autores, da qual o autor era membro. Em 1988, Fernando Tordo editou o disco O Menino Ary dos Santos, com os poemas escritos na sua infância. Em 2009, Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozeti dão voz ao álbum de tributo Rua da Saudade - Canções de Ary Santos.

Hoje, o poeta do povo é reconhecido por todos, pois a sua obra permanece na memória e, estranhamente, muitos dos seus poemas continuam atualizados. Todos os grandes cantores o interpretaram e ainda hoje surgem boas vozes a cantá-lo na perfeição.

SONETO DE MAL AMAR

Invento-te recordo-te distorço
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.

A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.

E as coisas que eu não disse? Que não digo:
Meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.

Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternura levedadas.

Fontes de pesquisa:
http://www.pt.wikipedia.org
www.citador.pt

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

HENRIQUETA LISBOA

Henriqueta Lisboa
(1901-1985)

Henriqueta Lisboa nasceu em Lambari, Minas Gerais, em 15 de julho de 1904, fruto da união entre o Deputado Federal João de Almeida Lisboa e Maria Rita Vilhena Lisboa, foi a primeira mulher eleita Membro da Academia Mineira de Letras.

Estudou no Colégio Sion da cidade de Campanha, MG, e dedicou-se ao magistério. Estudou línguas e letras no Rio de Janeiro e, em Belo Horizonte, lecionou literatura nas universidades locais.

Pouco conhecida do público, foi consagrada por críticos do porte de Antônio Cândido e Alfredo Bosi como uma das poetisas mais bem sucedidas da moderna literatura brasileira.

Publicou vários ensaios e poesias. Seu primeiro livro, chamado Fogo Fátuo, foi publicado quando ela tinha vinte e um anos. Para as crianças, Henriqueta dedicou três obras: O menino Poeta (1943), Lírica (1958) e a reedição de O Menino Poeta, em 1975. Este último livro foi lançado em disco, pelo Estúdio Eldorado. Henriqueta Lisboa recebeu diversos prêmios , entre eles o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras. Ela também foi inspetora de alunos, professora de literatura e tradutora, traduziu os famosos Cantos de Dante Alighieri.

Desde o segundo livro, Enternecimento (1929), recebeu vários prêmios literários, inclusive a Medalha da Inconfidência de Minas Gerais, com Madrinha Lua (1952) e o Prêmio Brasília de Literatura (1971) pelo conjunto de sua obra.
Inicialmente identificada com o simbolismo, Henriqueta Lisboa aceitou a influência do modernismo, mas permaneceu fiel aos temas de sua terra e de sua gente. A partir de Prisioneira da Noite (1941) atingiu um lirismo que, nas palavras de Alfredo Bosi, distingue-a como "sutil tecedora de imagens capazes de dar uma dimensão metafísica a seu intimismo radical". Autora ainda de A face Lívida (1945), seu livro mais importante, Flor da Morte (1949), Lírica (1958) e outras obras.

Henriqueta Lisboa faleceu em Belo Horizonte em 9 de outubro de 1985.

TUAS PALAVRAS, AMOR...

Como são belas e misteriosas tuas palavras, Amor!
Eu não as tinha pressentido,
eu era como a terra sonolenta e exausta
sob a inclemência do céu carregado de nuvens,
quando, igual a uma chuva torrencial de verão,
tuas palavras caíram da altura em cheio
e se infiltraram nos meus tecidos.

O' a minha pletora de alegria!...
As árvores bracejaram recebendo as bátegas entre as ramas,
as corolas bailaram numa ostentação de taças repletas,
os frutos amadurecidos rolaram bêbedos no solo.
E eu vivi a minha hora máxima de lucidez e loucura
sob a chuva torrencial de verão!

Como são belas e misteriosas tuas palavras, Amor!...
Minha alma era um rochedo solitário no meio das ondas,
perdido de todas as cousas do mundo,
quando, ao passar dentro da noite na tua caravela fuga,
tu me enviaste a mensagem suprema da vida.
A tua saudação foi como um bando de alvoroçadas gaivotas
subindo pelas escarpas do rochedo, contornando-lhe as arestas,
aureolando-lhe os cumes.

E a minha alma esmoreceu ao luar dessa noite,
ilha branca da paz, num sonho acordado...

Amor, como são belas e misteriosas as tuas palavras!...

Fontes de pesquisa:
http://www.oocities.org.br
http://pt.wikipedia.org

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PAULO SILVEIRA DE ÁVILA


O Clube de Poetas reverencia a poesia de Paulo Silveira de Ávila. Ele reside em Florianópolis - SC e "gosta de poetar nos jardins do espaço etéreo".

No horizonte,
o vento balança os velames
nesta manhã branca,
de sol nascente,
aqui, é o nosso chão de estrelas.

Tem por profissão a advocacia, se a lei é dura e a justiça cega, em contraponto é um poeta sonhador, e de forma lírica vai cantando versos de amor.

Amor é isso que sentimos,
sem segredos, dando tudo o que se tem.
Num momento, sou tua ternura,
tua paixão no oculto de nosso infinito.

Como um ser consciente que olha o mundo acreditando em mudanças, é contra todo e qualquer tipo de violência, física ou verbal. Sabe que o trovador alcança as palavras em sua essência pura, usando-as de forma serena para amenizar dores e pincelar com a luz da estesia, as notas desbotadas da canção da vida, pois a vivência é um permanente ato de plantio e colheita.

Lá na beira do lago,
onde o vento faz a curva dos versos
e vai dizer que nos olhos do amor
está a magia da vida.

Como todo aquele que tem no coração o lirismo em fonte que transborda versos, Paulo é um pescador de ilusões, um Pegador de Estrelas:

Eu pegador de estrelas?
Será que tu me entendes?
Pode ter certeza que jogaria,
uma a uma pela janela do mundo,
para manter viva a chama do teu amor.
como se estivesse vivendo de sonhos.
No fundo do coração guardo um desejo,
de reviver êxtases supremos
cada vez que olhar para uma estrela.

Como poeta ele assim se define:
Meu espírito vagueia no limite inconsciente da poesia à procura de uma quimera, simples e tocável entre anjos e demônios para espanto dos deuses no Olimpo.
E em seus devaneios poéticos ele tenta encontrar o todo, o ser completo num outro ser, os dois em um, o encaixe perfeito!

Se eu não fosse eu,
seria você,
confusão, ilusão, tesão

Se não fosse você,
seria eu,
fascinação, piração, devaneios.

Um dia,
nós dois seríamos um só.

Assim é a poesia de Paulo Silveira de Ávila! Nas linhas escritas, ele revela o sentimento que pulsa no peito, o desejo orvalhando a pele, os sonhos soltos... A alquimia do amor renovado que extasia e uma ternura adornada de esperança aguardando o renascimento do dia, onde a alma, fonte de inspiração canta e dança como ave liberta!


Anna Peralva


Mais que amor
Paulo Silveira de Ávila

A noite corria leve e a lua brilhava
com intensa luminosidade,
soprava uma mansa aragem a acordar meu rosto sereno.
À beira das águas, fitando em silêncio
a magnificência do luar,
sorria alegre envolto
nas vestes de brumas, na cálida noite.
No vagar do pensamento
passam mil versos de mélicos cantos,
tua voz de longe eu escuto:
Eu te amo!
São palavras que ressoam
no meu coração e explodem de emoção.
São ondas sonoras,
são rosas, flores juncadas,
que de tão belas,
não posso guardá-las só para mim.
Arfando no peito meu grito de amor
também ecoa para o mundo:
Eu te amo!
Serenatas dos deuses
tecem um sonhar enamorado,
mãos que se buscam, se identificam
e se compreendem,
acarinhando o mais feliz dos amores,
faz-me entregar na busca incessante
de um prazer indômito.
Na vida tudo fenece,
só não fenecem os momentos
de intensa ternura,
corpos que se identificam,
embalados na nostalgia
de um poeta ilhado de saudade,
flamejando a névoa com a mística
luz das estrelas - uma fantasia..
mais que amor!

Trabalho de arte: Marilda Ternura

ROSÂNGELA DO VALLE DIAS


Hoje, o Clube de Poetas reverencia a poesia de Rosângela do Valle Dias, um ser humano sensível, espontâneo, transparente e solidário, que aportou no cais da vida em Belo Horizonte, na bela e mágica Minas Gerais. Conheceu a poesia na adolescência, em sua forma mais bela! Lendo, num caderno especial versos que seus pais escreviam um para o outro, deixando assim registrado, no movimento do tempo um amor abençoado, eternizado no ciclo das estações, sentimento maior unindo almas e corpos, num só! Ainda jovem, ela conheceu o sentido do eterno! Talvez por isso e encantada pela beleza do sentir que fazia parte de sua existência começou a escrever versos. A maioria ficou perdida nas estradas percorridas, sumiram... Como some a lua, quando o céu fica envolto em véu.. Em 2004 quando sua mãe alçou voo para outro plano resgatou cinco poemas e em estado de tristeza dedicou-lhe virtualmente. Recebeu então, convites para participar de Grupos de Poesias.


"Consigo imaginar você aí,
numa esfera só de amor,
distribuindo flores
brancas, vermelhas e amarelas,
sorrindo entre canções,
vibrando com os corações...
Desde aquela época,
até hoje ,
tudo é saudade!
Canto e choro!
Choro cantando em duo!"

Rosangela escreve poemas tocantes, num lirismo simples, romântico, sem preciosismos ou rodeios, num libertar de emoções retratando o que sente e o momento onde a alma fala de amor ou das dores do mundo. Poesia que acorda e cativa sonhos, reflexo de quem não se cansa de louvar a fé, esperança, amor ao próximo e, consciente de sua passagem nesta viagem chamada vida, é defensora da preservação da natureza. Rosângela é sincera, sonhadora, espontânea, vibrante como luz que esparge transmitindo ternura e serenidade, deixando revelar toda sua beleza interior.

"Eu grito o meu amor por ti,
meu irmão,
meu amigo,
meu espelho encantado no viver de cada dia!
Para ti, o meu canto sereno,
na paz que te desejo transmitir."

Possui dois livros virtuais, “A Vida me Pertence” e "Tesouro em Poesia", participou de vários e-books com amigos poetas e autores diversos.
Em 2007 lança o livro intitulado Faces Reveladas (em parceria com Sonia Pallone), que entrou em cinco Antologias Virtuais Internacionais, no ano de 2001 nasce Caminho em Rima e Versos Livres, ( em parceria com Leda Yara Motta Mello) e editado pela All Print Editora.

A poesia vira música!

Apaixonada por música por influência do pai, a poeta chegou a cantar em videokês. Nada que a levasse a pensar na carreira de cantora, no entanto. Ao se deparar com os poemas musicados, pensou imediatamente em vê-los cantados. Com a ajuda do produtor Victor Hugo Martins, convocou gente como o jovem talento Vitor Alves, de 19 anos, além de João Araújo, Ninho Mathias e Fernando Neves. O produtor vai se encarregar da interpretação de Mi único amor, traduzida para o espanhol por amigos mexicanos.
Victor Hugo, produtor da dupla Marcelinho de Lima & Camargo, afirma que nada no mercado se compara a Versos que Nascem admitindo que o repertório do disco da poeta oferece variedade de ritmos e gêneros musicais.
O CD “Versos que Nascem” é lançado em 2011. Surpreende e encanta, porque expressa os sentimentos das poesias de Rosângela do Valle Dias que harmoniosamente foram musicados.

Ler ou ouvir as poesias de Rosângela é um acalanto para alma, inspiração para quem poeta e um convite agradável à reflexão. É um mergulho dentro do silêncio para um reencontro com a canção da vida, resgatando o que há de melhor em nós, encarando os momentos vivenciados, com o olhar de quem acredita em mudanças, num tempo sem disfarces!
E assim, na deliciosa sedução de suas poesias, ela caminha por entre rimas e sons seguindo sempre em frente, na toada do tempo uma trilha de estesias, pois sua obra literária reflete sua essência e a coragem de seguir em frente!
Conheça um pouco mais de Rosângela do Valle Dias em:

http://rosangelaecaminhosdeluz.blogspot.com/


Anna Peralva


FORA DA RAZÃO
(Rosângela do Valle Dias)

Ah! Doce amor!
Queria não saber-me tão distante
desse amor amante!
Queria não ter razão,
nem mesmo coração,
assim não poderia
sentir tanta paixão!
Queria não estar certa
do abraço tão incerto!
Queria dominar sentimentos
em todos os momentos!
Sentiria mesmo no universo,
a vagar entre centro e verso,
se pudesse ter você,
no infinito do meu tempo.
Queria a certeza da possibilidade
do sentir constante...
Queria ver devolvida a esperança
do meu querer amante!

BH/MG
08.03.2005

Trabalho de arte: Marilda Ternura

Junqueira Freire

JUNQUEIRA FREIRE
(1832-1855)

Luís José Junqueira Freire, monge beneditino, filho de José Vicente de Sá Freire e Felicidade Augusta Junqueira, sacerdote e poeta, nasceu em Salvador, BA, em 31 de dezembro de 1832, e faleceu na mesma cidade, em 24 de junho de 1855. É o patrono da Cadeira nº 25 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Franklin Dória.

Feitos os estudos primários e os de latim, de maneira irregular por motivo de saúde, matriculou-se em 1849 no Liceu Provincial, onde foi excelente aluno, grande ledor e já poeta. Por motivos familiares, ingressou na Ordem dos Beneditinos em 1851, aos 19 anos, sem vocação, professando no ano seguinte com o nome de Frei Luís de Santa Escolástica Junqueira Freire.

Na clausura do Mosteiro de São Bento de Salvador viveu amargurado, revoltado e arrependido da decisão irrevogável que tomara. Mas ali pode fazer suas leituras prediletas e escrever poesias, além de exercer atividade como professor. Em 1853 pediu a secularização, que lhe permitiria libertar-se da disciplina monástica, embora permanecendo sacerdote, por força dos votos perpétuos. Obtida a secularização no ano seguinte, recolheu-se à casa, onde redigiu a breve Autobiografia, em que manifesta um senso agudo de auto-análise. Ao mesmo tempo, cuidou da impressão de uma coletânea de versos, a que deu o nome de Inspirações do claustro, impressa na Bahia pouco antes de sua morte, aos 23 anos, motivada por moléstia cardíaca de que sofria desde a infância.

A sua obra poética enquadra-se na terceira fase do Romantismo, dita de ultra-romantismo. Na sua geração foi o mais ligado aos padrões do Neoclassicismo português, ele próprio sendo autor de um compêndio conservador, Elementos de Retórica Nacional, que explica a sua concepção de poesia como cadência medida e até certo ponto prosaica. A sua mensagem, como a dos românticos em geral, era complexa demais para caber na regularidade do sistema clássico. O drama que tencionava mostrar era o erro de vocação que o levou ao claustro, seguido da crise moral e do conflito interior que o levaram a abandoná-lo. Daí provieram os temas mais freqüentes da sua poesia, misturados a preces e blasfêmias: O horror ao celibato; o desejo reprimido que o perturbava e aguçava o sentimento de pecado; a revolta contra a regra, contra o mundo e contra si próprio; o remorso e, como consequência natural, a obsessão de morte. O poeta clama na sua cela e traz desordenadamente este tumulto ao leitor.

Sua poesia, ora do cunho religioso, ora social, tem lugar relevante no Romantismo brasileiro. Possuía também um sentimento brasileiro, além de uma tendência antimonárquica, liberal e social.

SONET0

Arda de raiva contra mim a intriga,
Morra de dor a inveja insaciável;
Destile seu veneno detestável
A vil calúnia, pérfida inimiga.

Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim só, o mundo miserável.
Alimente por mim ódio entranhável
O coração da terra que me abriga.

Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome não preciso;
Sei insultar uns cálculos insanos.

Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens são, desprezo e piso.

Fontes de pesquisa:
www.portalsaofrancisco.com.br
www.revista.agulha.com.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

ARTUR DA TÁVOLA

ARTUR DA TÁVOLA
(1936 - 2008)

Artur da Távola, pseudônimo de Paulo Alberto Moretzshon Monteiro de Barros, filho de Paulo de Deus Moretzsohn Monteiro de Barros e Magdalena Koff Monteiro de Barros, nasceu em 03 de janeiro de 1936, no Rio de Janeiro.
Advogado, político, escritor, poeta e jornalista brasileiro, um homem de vocação renascentista, iniciou sua vida política em 1960, no PTN, pelo estado da Guanabara. Dois anos depois, foi eleito Deputado Constituinte pelo PTB. Cassado pela ditadura militar, viveu na Bolívia e no Chile entre 1964 e 1968. Tornou-se um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e líder da bancada tucana na Assembléia Constituinte de 1988, ano em que concorreu, sem sucesso, à prefeitura do Rio de Janeiro, sendo posteriormente presidente do PSDB entre 1995 e 1997. Exerceu mandatos de Deputado Federal de 1987 a 1995 e Senador de 1995 até 2003.
Artur da Távola foi professor da Escola de Jornalismo da Fundação Gama Filho (1960); Professor Chefe de Cátedra de "Periodismo Audiovisual" na Escola de Periodismo e Comunicação do Chile -Santiago- (1966 a 1968); Vice-Diretor da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro, ocupando a Cadeira 'Produção de Rádio e Televisão' (1974 a 1975).

Foi redator e editor em diversas revistas, notavelmente na Bloch Editores. Produtor e apresentador de música erudita com o programa "Quem tem medo de música clássica?", na TV do Senado e em várias emissoras de rádio cultural. Foi cronista regular, a partir de 1968, sucessivamente nos jornais Última Hora e O Globo, revista Fatos e Fotos e jornal O Dia.
Artur da Távola também foi Membro da Câmara Técnica do Corredor Cultural da cidade do Rio de Janeiro (1979); 1º Vice-Presidente da ABI (1980-1981); Conferencista em mais de cem oportunidades, em vários Estados, abordando os temas de Literatura, Comunicação e Política; Membro do Pen Club do Rio de Janeiro; Membro da Comitiva Oficial do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em visita ao Chile em 1995, para a posse do Presidente Ricardo Lago e à Portugal em 1996; Participou da Aula Magna inaugural nas Universidades Federal Fluminense, Gama Filho, UNIRIO e SUAM (1995), PUC Porto Alegre (1999); Membro da Comitiva Oficial Brasileira que participou da 3ª Conferência Interparlamentar realizada em Aman (Jordânia) em 2000; Membro da Academia Virtual de Letras Luso-Brasileira em 2005.

Até antes de falecer, era reitor de uma universidade particular carioca e escrevia uma coluna para o jornal carioca O Dia.

Artur da Távola, merecidamente, recebeu as seguintes condecorações:

Ordem do Rio Branco, Grau de Oficial - Brasília, 20 de abril de 1994;
Ordem do Infante D. Henrique, Grau de Santa Cruz - Lisboa, 20 de julho de 1995;
Ordem de Bernardo O'Higgins - Grau de Gran Cruz - Santiago do Chile, 9 de março de 1995;
Grau do Mérito Naval - Grau de Grande Oficial - Brasília, 11 de junho de 1995;
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro - Colar do Mérito Judiciário - Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 1995;
Ordem do Mérito Militar - Grau de Comendador.

PERDOAR

...Aprendi outro dia que perdoar é a junção de "per" com "doar". Doar é mais fácil do que dar.Doar é a entrega total do outro. O prefixo "per" que tem várias acepções, indica movimento no sentido "de" ou em "direção a" ou "através" ou "para" etimologicamente falando, portanto, perdoar, quer dizer doar ao outro a possibilidade de que ele possa amar, possa doar-se. Não apenas quem perdoa que se "doa através do outro". Perdoar implica abrir possibilidade de amor para quem foi perdoadp, através da doação oferecida por quem foi agravado. Perdoar é a única forma de facilitar ao outro a própria salvação. Doar é mais do que dar: é a entrega total...Perdoar é doar amor, é permitir que a pessoa objeto do perdão possa também desenvolver um amor que, até então, só negara...



** ** **



ATO DE CONTRIÇÃO

Ah, como somos comedidos!
Acomodamo-nos, vãos,
nos limites do concebido.

Somos bem educados, cultos,
e ruge tanta fome
nos apetites fora do concedido.

Ah, como somos sob medida!
sub metidos, hirtos, bem vestidos,
robôs impecáveis, ilusão de vida.

Ah, somos como os subvertidos,
introvertida soma de extrovertidos
por pompa, tinta, arroto ou brilhantina.

Filhos do instante, do entanto e do porém,
somos através, como os vidros,
mas opacos e pervertidos, sempre aquém.

Traçamos sinas e abstrações,
terçamos ódio finos, dissuadidos,
lãs de olvido e alucinações.

Sovamos os sidos, os vividos,
somos eiva, disfarce, diluição.
Somos somas a subtrações.

Fontes de pesquisa:

http://pensador.uol.com.br
http://pt.wikipedia.org.br
http://www.revista.agulha.nom.br
http://www.ligia.tomachio.nom.br

Trabalho de Pesuisa: Eliana Ellinger (Shir

CASSANDRA RIOS

CASSANDRA RIOS
(1932 - 2002)

Cassandra Rios foi uma escritora brasileira, autora de dezenas de livros que há quarenta anos escandalizaram o Brasil por seu estilo "pornográfico", dentre eles A Tara, Tessa, a Gata, Volúpia do pecado, A paranóica, Muros Altos, Uma Mulher Diferente, Cabelos de Metal e A Borboleta Branca, entre outras dezenas de títulos. O romance A Noite Tem Mais Luzes atingiu a marca de 700 mil exemplares vendidos.

Nascida em 1932 com o nome de Odete Rios, Cassandra foi uma das autoras mais vendidas dos anos 60 e 70 - e também das mais perseguidas pela censura, que não tolerava o forte conteúdo erótico de sua obra, considerada pornográfica pelos setores mais conservadores da cultura. Em seus livros, falava com liberdade e muita sensualidade sobre assuntos mais que polêmicos para a época, como o homossexualidade feminina, as relações entre sexo, religião, política e cultos umbandistas, que "atentavam" contra a moral defendida pelos militares. Lésbica assumida, chegou a vender quase trezentos mil exemplares de seus livros por ano, um sucesso editorial que só seria igualado décadas mais tarde pelo escritor Paulo Coelho.

Estreou com "Volúpia do Pecado" (1948) e foi um sucesso popular com incontáveis livros, ao lado da também considerada pornógrafa Adelaide Carraro. Com a abertura, um de seus livros, A paranóica, foi adaptado para o cinema com o título de Ariella , interpretado por Nicole Puzzi. Ariella era uma menina rejeitada que vivia numa mansão e descobre que seu tio fingia ser seu pai para ficar com sua fortuna. Para se vingar, passa a usar o próprio corpo, desintegrando a família.

Aos 33 anos, em meados dos anos 1960, Cassandra era uma mulher completamente diferente das da época. Porte alto, vestindo terninho e com certa altivez, destacava-se mesmo estando numa multidão. Além de escritora, nesta época foi dona de uma livraria na avenida São João, ao lado da Galeria do Rock, em São Paulo,onde podia ser encontrada diariamente.

Em 1976, a autora tinha 33 dos 36 livros que havia publicado apreendidos e proibidos em todo o país. Desde então, desapareceu completamente do noticiário. Abandonada, editando os últimos livros por conta própria, Cassandra queixava-se que sempre se sentiu incomodada pelo fato de sua vida pessoal ser confundida com as atmosferas que criava em suas obras. Numa entrevista recente à revista TPM, afirmou: "O que mais me incomodou foi me encararem como personagem de livro. Então, não tenho capacidade para ser escritora?!"

Cassandra Rios faleceu em São Paulo, aos 69 anos de idade, em 8 de março de 2002.


O QUE TE FEZ GOSTAR DE MIM?

O que te fez gostar de mim?
A curiosidade?
Vi em teu olhar um chamado
e nos gestos vagos das tuas mãos
a ansiedade
Tinhas medo de dizer meu nome
e estremecias quando eu me acercava.
O maior prazer da minha vida
eram teus receios, mas depois
tive o desespero dos teus beijos
em minha boca
e o prazer tornou-se tortura
de êxtases infinitos...

Enquanto não te dirigi a palavra não tiveste descanso,

tu fizeste para que eu prestasse atenção em ti.

E foi assim que imergi no sonho!

Fontes de pesquisa:
http://pt.wikipedia.org
http://oocities.org.br
Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ODIR MILANEZ


O homenageado de hoje aportou no cais da vida em 02/08 sob o signo de leão, na cidade de Guabarira/PB, mas foi criado e reside em João Pessoa no mesmo Estado. È advogado, contabilista e auditor fiscal aposentado. Acordou poeta aos 36 anos de idade, ao compor “Minha Rua”, inspirado pela beleza de uma mulher que morava nos arredores. Logo após surgiu “Remorsos”, segunda colocada em Talentos e ele define como “em um instante de reflexão sobre o que fiz da minha vida até agora, o que eu sonhava ser quando criança e os meus sonhos atuais sobre o que poderia ter sido e não fui”.


“Que fiz da vida que nasceu comigo?
Por que o remorso pesa em meu passado?
Por que não me arrisquei ante o perigo,
para criar o que não foi criado”?

No início assinava suas poesias como oklima, que seria uma abreviação do seu nome, em seguida veio Odir, de passagem. Perguntei ao motivo e Odir Milanez da Cunha respondeu-me ter se fixado na transitoriedade de sua presença no mundo poético. Alertado por um amigo, que foi contra sua falta de presença física diante do que escrevia passou a assinar como Odir Milanez. Uma cruzada e tanto... É participante dos sites Recanto das Letras e Poesia Pura. Como sou curiosa, indaguei quem ele era e recebi como resposta: “Sou parceiro do vento nos poemas que componho. Sou tão pouco, ó poeta, que nada sei de mim”! E se define assim:
“Eu sou apenas uma luz que passa, de quando em vez, nos enxovais do mundo. Sou milésimo, apenas, de segundo, um segundo que logo se esfumaça. Eu sou um sonho de outro sonho à caça e na caça de sonhos me aprofundo para sonhar bem mais, ser mais fecundo em cada arranjo que ao soneto faça. Eu sou do verso a verve mais discreta, que quando escreve quase ninguém lê, que quando cala é solidão completa. O meu estro se esvai sem rumo ou meta, é passagem final que não se vê, como se fosse a sombra de um poeta.” Sobre amizade ele afirma que:


“A amizade é um presente de Deus
que se pressente presente
na mão que se estende
no momento da dor,
no contrito da oração
e no conforto de um abraço”.

Para o inspirado poeta pedir perdão é um gesto que expressa a humildade do ser humano. De uma forma suave, Odir abre a alma e num belo encontro poético deixa fluir palavras de ternura em cada verso escrito. Sem falar nos maravilhosos sonetos, onde podemos
“Olhar o nada e ver tudo.” Assim, de passagem ou não, Odir deixa suas palavras registradas com maestria no mundo místico da poesia!

Anna Peralva


O AMOR
Odir Milanez

O amor – dos pecados o mais puro,
independe de ter ou não começo.
É frágil de nascença, é inseguro,
mas a sua presença não tem preço.

Filho da luz, esteio do escuro,
sempre muda de nome e de endereço.
A sua embriaguês sempre procuro,
mas dele embriagar-me não mereço.

Pelos bares, poemas mais escrevo.
Nesses versos confesso essa procura
da conquista do amor, que não me atrevo.

Escolho as letras, gravo-lhe a gravura,
da forma facial faço o relevo,
mas me perco do amor na escultura.

O amor me levou a tanto enlevo,
que me perco entre o puro e a loucura!

JPessoa/PB
03/09/2011

Trabalho de arte: Marilda Ternura

EDA CARNEIRO ROCHA


Eda Carneiro da Rocha nasceu em Vila Isabel, Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro sob o signo de Aquário, o que a faz ser muito zelosa ou ciumenta com quem ama e gosta.
Formada em Letras Neolatinas, especializou-se na Língua Francesa, sendo Titular de Língua e Literatura Francesas.
Fez a Faculdade da UEG, atual, UERJ, no Rio de Janeiro, onde lecionou por 9 anos, como assistente da cadeira de Francês e no Colégio Pedro II, onde trabalhou por 26 anos.
Apesar de conhecer a fundo a Língua Portuguesa, de gostar de boas leituras nunca pensou em compor poemas... Na adolescência escrevia textos em prosa, forma encontrada para expor o que sentia, e que precisava colocar para fora... No ano de 2003, incentivada pela poeta e amiga Ligia Tomarchio encontrou a magia da poesia e escreveu seu primeiro poema intitulado Rose. Tema inspirado na cor rosa de uma tarde de crepúsculo na bela Araruama, onde reside. Quem faz o primeiro e sente aquele gosto maravilhoso de criar, de colocar no papel matizes de sentimentos e emoções, ganha asas e aprende a voar com os pés no chão. E assim foi com a Eda, no dia seguinte nascia Promessa de Amor. E para quem dizia que não era poeta, um novo horizonte se abria, trazendo uma alegria que não podia ser definida, e a poesias fluíam, livres, leves e soltas... Eda aprendeu a tirar água da pedra, reaprendeu a sonhar e lidar com alegrias e tristezas que viviam trancadas dentro de si, aguardando o libertar... Poeta é como mágico, tem sempre uma carta, ops, palavra guardada... Poeta só precisa disso, uma palavra! Com ela, ele vai esculpindo até encontrar sua essência mais bela e molda liricamente novos versos. Poeta é um escultor que com as mãos transforma a vida, o mundo e a si mesmo! Poeta tudo vê com os olhos da alma e a inspiração esparge, se espalha qual semente levada pela brisa mansa.
Eda passou por momentos doloridos e pensou que não sairia deles, que nada mais fazia sentido, mas com ajuda de amigos e de Deus retomou o leme do barco-vida e avistou um cais, cheio de esperança e estesias, renasceu! Motivo pelo qual é sensível e dedicada à dor humana e presente quando alguém precisa de uma palavra de conforto. Assim sendo, o amor é seu tema principal em tudo que escreve e na forma de viver. É na dor que se cresce como ser humano e Eda cresceu e venceu!!!
Seu livro de cabeceira é o Pequeno Príncipe. Gosta de ler Cecília Meireles, Fernando Pessoa, Paul Verlaine e claro, Antoine de Saint-Exupéry. Em relação às músicas, aprecia os clássicos e as românticas, não poderia ser diferente, por tal fato é conhecida como Poeta do Amor. Amante da natureza e dos animais, tem como cores preferidas o branco e o azul. Os amigos que conquistou nesta árdua caminhada estão bem guardados em seu coração e os vê como razão de viver, quem tem um amigo nunca está sozinho e Eda tem muitos!!!
Uso esta citação da Eda desejando a ela paz, luz e harmonia. Que a canção da vida seja uma folia constante para que a inspiração nunca lhe falte e sejamos sempre agraciados com a grandeza do seu talento.
“Poesia é o dom de se perpetuar e de dar Amor, na forma de Lirismo, em que empregamos o coração em prol de nossa alma"!
Para ler belos poemas e conhecer um pouco mais da poeta homenageada, visite-a em seu site:
www.albumpoeticoeda.com.br


Anna Peralva


Ausência de Laços
Eda Carneiro da Rocha

Choro todo o amor padecido,
não compartilhado,
não dado,
não amado! ..

Na tua ausência, quase total,
me senti um peregrino!..
E, como tal ,muito tenho caminhado,
te procurado,
para a recompensa de toda a falta
que me fazes!..

Um abraço ,no laço ,de um coração esparso.
Um beijo não trocado, pela tua falta!
Tua presença que não senti,
para realizar esse beijo tão prometido,
tão distante me senti!..

Mas, hoje, pego do tempo as horas.
Vôo ao teu encontro,
para te dar todas as flores do nosso caminho
espalhadas ao léu,
sem querer pisá-las,
somente amá-las,
para que não aches que a vida só passou,
que as flores não germinaram
nesse amor que não acabou!..

Trabalho de arte: Marilda Ternura

ADÉLIA PRADO

ADÉLIA PRADO

Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935, filha do ferroviário João do Prado Filho e de Ana Clotilde Corrêa. Leva uma vidinha pacata naquela cidade do interior: inicia seus estudos no Grupo Escolar Padre Matias Lobato e mora na rua Ceará.

No ano de 1950 falece sua mãe. Tal acontecimento faz com que a autora escreva seus primeiros versos. Nessa época conclui o curso ginasial no Ginásio Nossa Senhora do Sagrado Coração, naquela cidade.

No ano seguinte inicia o curso de Magistério na Escola Normal Mário Casassanta, que conclui em 1953. Começa a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Mello Viana Sobrinho em 1955.

Em 1958 casa-se, em Divinópolis, com José Assunção de Freitas, funcionário do Banco do Brasil S.A. . Dessa união nasceram cinco filhos: Eugênio (em 1959), Rubem (1961), Sarah (1962), Jordano (1963) e Ana Beatriz (1966).

Antes do nascimento da última filha, a escritora e o marido iniciam o curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis.

Em 1972 morre seu pai e, em 1973, forma-se em Filosofia. Nessa ocasião envia carta e originais de seus novos poemas ao poeta e crítico literário Affonso Romano de Sant'Anna, que os submete à apreciação de Carlos Drummond de Andrade.

"Moça feita, li Drummond a primeira vez em prosa. Muitos anos mais tarde, Guimarães Rosa, Clarisse. Esta é a minha turma, pensei. Gostam do que eu gosto. Minha felicidade foi imensa.Continuava a escrever, mas enfadara-me do meu próprio tom, haurido de fontes que não a minha. Até que um dia, propriamente após a morte do meu pai, começo a escrever torrencialmente e percebo uma fala minha, diversa da dos autores que amava. É isto, é a minha fala."

Em 1975, Drummond sugere a Pedro Paulo de Sena Madureira, da Editora Imago, que publique o livro de Adélia, cujos poemas lhe pareciam "fenomenais". O poeta envia os originais ao editor daquele que viria a ser Bagagem. No dia 09 de outubro, Drummond publica uma crônica no Jornal do Brasil chamando a atenção para o trabalho ainda inédito da escritora.

"Bagagem, meu primeiro livro, foi feito num entusiasmo de fundação e descoberta nesta felicidade. Emoções para mim inseparáveis da criação, ainda que nascidas, muitas vezes, do sofrimento. Descobri ainda que a experiência poética é sempre religiosa, quer nasça do impacto da leitura de um texto sagrado, de um olhar amoroso sobre você, ou de observar formigas trabalhando."

O livro é lançado no Rio, em 1976, com a presença de Antônio Houaiss, Raquel Jardim, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Juscelino Kubitscheck, Affonso Romano de Sant'Anna, Nélida Piñon e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros.

O ano de 1978 marca o lançamento de 'O coração Disparado' que é agraciado com o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro.

Estréia em prosa no ano seguinte, com 'Soltem os cachorros'. Com o sucesso de sua carreira de escritora vê-se obrigada a abandonar o magistério, após 24 anos de trabalho. Nesse período ensinou no Instituto Nossa Senhora do Sagrado Coração, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis, Fundação Geraldo Corrêa — Hospital São João de Deus, Escola Estadual são Vicente e Escola Estadual Matias Cyprien, lecionando Educação Religiosa, Moral e Cívica, Filosofia da Educação, Relações Humanas e Introdução à Filosofia. Sua peça, O Clarão,um auto de natal escrito em parceria com Lázaro Barreto, é encenada em Divinópolis.

"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta."

Em 1980, dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. No ano seguinte, ainda sob sua direção, o grupo encenaria A Invasão, de Dias Gomes. Publica Cacos para um vitral. Lucy Ann Carter apresenta, no Departament of Comparative Literature, da Princeton University, o primeiro de uma série de estudos universitários sobre a obra de Adélia Prado.

Em 1981 lança Terra de Santa Cruz.

De 1983 a 1988 exerce as funções de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e da Cultura de Divinópolis, a convite do prefeito Aristides Salgado dos Santos.

Participa, em 1985, em Portugal, de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses, e em Havana, Cuba, do II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de Nossa América.

Fernanda Montenegro estréia, no Teatro Delfim - Rio de Janeiro, em 1987- o espetáculo Dona Doida: um interlúdio, baseado em textos de livros da autora. A montagem, sob a direção de Naum Alves de Souza, fez grande sucesso, tendo sido apresentada em diversos estados brasileiros e, também, nos EUA, Itália e Portugal.

Apresenta-se, em 1988, em Nova York, na Semana Brasileira de Poesia, evento promovido pelo Comitê Internacional pela Poesia. É publicado 'A faca no Peito'.

Participa, em Berlim, Alemanha, do Línea Colorada, um encontro entre escritores latino-americanos e alemães.

Em 1991 é publicada sua Poesia Reunida.

Volta, em 1993, à Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis, integrando a equipe de orientação pedagógica na gestão da secretária Teresinha Costa Rabelo.

Em 1994, após anos de silêncio poético, sem nenhuma palavra, nenhum verso, ressurge Adélia Prado com o livro 'O homem da Mão Seca'. Conta a autora que o livro foi iniciado em 1987, mas, depois de concluir o primeiro capítulo, foi acometida de uma crise de depressão, que a bloquearia literariamente por longo tempo. Disse que vê "a aridez como uma experiência necessária" e que "essa temporada no deserto" lhe fez bem. Nesse período, segundo afirmou, foi levada a procurar ajuda de um psiquiatra.

"O que se passou? Uma desolação, você quer, mas não pode. Contudo, a poesia é maior que a poeta, e quando ela vem, se você não a recebe, este segundo inferno é maior que o primeiro, o da aridez."

Deus é personagem principal em sua obra. Ele está em tudo. Não apenas Ele, mas a fé católica, a reza, a lida cristã.

"Tenho confissão de fé católica. Minha experiência de fé carrega e inclui esta marca.Qual a importância da religião? Dá sentido à minha vida, costura minha experiência, me dá horizonte. Acredito que personagens são álter egos, está neles a digital do autor. Mas, enquanto literatura, devem ser todos melhores que o criador para que o livro se justifique a ponto de ser lido pelo seu autor como um livro de outro. Autobiografias das boas são excelentes ficções."

Estréia, em 1996, no Teatro SESI Minas, em Belo Horizonte, a peça Duas Horas da Tarde no Brasil, texto adaptado da obra da autora por Kalluh Araújo e pela filha de Adélia, Ana Beatriz Prado.

São lançados Manuscritos de Felipa e Oráculos de Maio. Participa, em maio, da série "O escritor por ele mesmo", no ISM-São Paulo. Em Belo Horizonte é apresentado, sob a direção de Rui Moreira, O Sempre Amor, espetáculo de dança de Teresa Ricco baseado em poemas da escritora.

Adélia costuma dizer que o cotidiano é a própria condição da literatura. Morando na pequena Divinópolis, cidade com aproximadamente 200.000 habitantes, estão em sua prosa e em sua poesia temas recorrentes da vida de província, a moça que arruma a cozinha, a missa, um certo cheiro do mato, vizinhos, a gente de lá.

"Alguns personagens de poemas são vazados de pessoas da minha cidade, mas espero estejam transvazados no poema, nimbados de realidade. É pretensioso? Mas a poesia não é a revelação do real? Eu só tenho o cotidiano e meu sentimento dele. Não sei de alguém que tenha mais. O cotidiano em Divinópolis é igual ao de Hong-Kong, só que vivido em português."

Em 2000, estréia o monólogo Dona da Casa, em São Paulo, adaptação de José Rubens Siqueira para Manuscritos de Felipa. A direção é de Georgette Fadel e Élida Marques interpreta Felipa.

Em 2001, apresenta no SESI Rio de Janeiro e em outras cidades, sarau onde declama poesias de seu livro Oráculos de Maio acompanhada por um quarteto de cordas.

O AMOR É O ÉTER

Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos
mergulhados na água,
entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.

Fontes de pesquisa:
http://pt.wikipedia.org.br
http://www.oocities.org.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

OSWALD DE ANDRADE

OSWALD DE ANDRADE
(1890 - 1954)

José Oswald de Sousa Andrade Nogueira, nasceu em São Paulo em 1890, Filho único de Jose Oswald Nogueira de Andrade e de Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Presenciar a virada do século, aos 10 anos, foi marcante, como relembra o poeta já adulto: "Havíamos dobrado a esquina de um século. Entrávamos em 1900... " . São Paulo despertava para a industrialização e a tecnologia. Abria-se um novo mundo urbano, que Oswald logo assimilaria fascinado: o bonde elétrico, o rádio, o cinema, a propaganda com sua linguagem-síntese...

Oswald tinha 22 anos quando fez a primeira de várias viagens à Europa, onde entrou em contato com os movimentos de vanguarda. Mas, só dez anos depois empregaria as técnicas desses movimentos. De qualquer forma, divulgou o Futurismo e o Cubismo. O terceiro casamento, com Tarsila do Amaral, em 1926, forjou o casal responsável pelo lançamento da Antropofagia. Mário os chamava de "Tarsiwald"... Com Tarsila voltou à Europa algumas vezes. A crise de 29 abalou as finanças do escritor. Vem a separação de Tarsila e uma nova relação: Patrícia Galvão (Pagu), escritora comunista. Oswald passou a participar de reuniões operárias e ingressou no Partido Comunista. Casou-se mais uma vez, depois de separado de Pagu, até que, já com 54 anos, conheceu Maria Antonieta d'Alkmin. Permaneceram juntos até a morte do poeta, em 1954.

Nenhum outro escritor do Modernismo ficou mais conhecido pelo espírito irreverente e combativo do que Oswald de Andrade. Sua atuação intelectual é considerada fundamental na cultura brasileira do início do século. Sua obra literária apresenta exemplarmente as características do Modernismo da primeira fase.

Em Pau-Brasil, põe em prática as propostas do manifesto do mesmo nome. Na primeira parte do livro, "História do Brasil", Oswald recupera documentos da nossa literatura de informação, dando-lhe um vigor poético surpreendente.

Na segunda parte de Pau-Brasil - "Poemas da Colonização" -, o escritor revê alguns momentos de nossa época colonial. O que mais chama a atenção nesses poemas é o poder de síntese do autor. No Pau-Brasil há ainda a descrição da paisagem brasileira, de cenas do cotidiano, além de poemas metalinguísticos.

A poesia de Oswald é precursora de um movimento que vai marcar a cultura brasileira na década de 60: o Concretismo. Suas idéias, recuperadas também na década de 60, reaparecem com roupagem nova no Tropicalismo.

Memórias sentimentais de João Miramar chama a atenção pela linguagem e pela montagem inédita. O romance apresenta uma técnica de composição revolucionária, se comparado aos romances tradicionais: são 163 episódios numerados e intitulados, que constituem capítulos-relâmpago - tudo muito influenciado pela linguagem do cinema - ou, mais precisamente, como se os fragmentos estivessem dispostos num álbum, tal qual fotos que mantêm relação entre si. Cada episódio narra, com ironia e humor, um fragmento da vida de Miramar. "Recorte, colagem, montagem", resume o crítico Décio Pignatari.

O material narrativo segue esta ordem: infância de Miramar, adolescência e viagem à Europa a bordo do navio Marta; regresso ao Brasil, motivado pela morte da mãe; casamento com Célia, e um romance paralelo com a atriz Rocambola; nascimento da filha; divórcio e morte de Célia; falência de Miramar.

Em 1937 publicou-se O rei da Vela, peça que focaliza a sociedade brasileira dos anos 30. Pelo seu caráter pouco convencional, só foi levada a cena trinta anos depois, integrando o movimento tropicalista.

Canto de Regresso à Patria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os pássaros daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo

Fontes de Pesquisa:
www.contos.poesias.nom.br
http://pensador.uol.com.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

WALTER PEREIRA PIMENTEL


Amigos, esta homenagem já estava pronta para ser postada hoje, mas o poeta Walter Pereira Pimentel não a verá desse plano terreno, pois que ora habita no espiritual, longe das amarras do tempo e das vestes que cobriam sua alma imortal. Deixou saudades e seus versos, que reverenciamos in memorian. Por ter ido morar num outro céu, o texto foi modificado... Não vou falar do homem que marcou seus passos nesse chão e escreveu sua história no Livro da Vida, mas do poeta capixaba que tão bem entendia de RECOMEÇAR e SEGUIR. Nessa viagem, por onde andou semeou palavras de esperança e fé... Fez a diferença no caminho percorrido, evoluía um ser transparente e humilde que sentia prazer em fazer amizades e ajudar ao próximo através de serviços voluntários.
"Onde está o amor está a liberdade, está a vida".
E viveu com amor, pois o amor estava nele, como forma de sentimento ardente e sublime. Deixou como legado suas poesias e a lembrança do olhar sereno que sabia de novos tempos, novos dias. Onde possa novamente sorrir e sonhar. Nunca é tarde para recomeçar! Seu lirismo poético era descrito de forma simples e encantava o leitor, emoção fluía em cada escrito. Assim, delineou a mulher como um anjo, pois amou uma, de outra recebeu o abrigo do ventre, para florir na estação certa.

Ao ver numa foto
Olhos tão azuis, lábios cor de mel
Linda, exclamei!
Deslumbrado então, do mundo decolei
Rumo ao infinito, ao céu
De onde poderias ter vindo
Anjo não habita num pedaço de papel!

Mas nem só de amor vive o poeta, bem sabemos disso... Viver é um ato de coragem e sabedoria e há momentos onde a dor grita alto, quando a saudade o peito invade...


Saudade! Onde começa e termina?
Depois do amor, na cama?
Na despedida, quando alguém diz que nos amas
Ou afogada num copo de bar, na esquina?
Ou...
Ah, esse amor que me consome
E me faz devanear
Restringir a ti o meu universo
Sufocar quando a vontade é gritar
Revelar a todos o teu nome
Ainda que seja num verso!

Mas, o poeta mora num mundo diferente, vê tudo de forma diferente, pois olha a vida como fonte de alquimia e enxerga mais além, apesar da dor ou da saudade, nunca abandona o amor, por ser ele seu porto de felicidade e nele encontrar a si mesmo, e encontrando-se, viver e se perder em um tempo eternizado, comungar a paz!


Que o amor que busco
Não seja como gota de orvalho
De beleza rara
Mas tão fugaz
Forma-se à noite
E ao amanhecer se desfaz!
Se o amor traz felicidade
Quero amar sim e assim viver
No colo, nos lábios de alguém
Me encontrar e me perder
Não por horas
Minutos ou segundos
Tempos do mundo
Mas pela eternidade!

Como nosso saudoso poeta deixou escrito o ciclo da existência: "Já fui sonho, projeto, feto... Hoje sou como o raiar de um novo dia, o brotar de uma semente". Sim amigo, hoje uma nova semente brota em outra dimensão e as auroras cantam a sinfonia perfeita, sons divinos que humanos não percebem, por ser o tempo terreno ruidoso. Hoje, você poeta com as estrelas, pois poetas não morrem! São criaturas especiais cujas asas são palavras de estesias, hoje você é poesia, a mais bela de todas e ganhou asas para voar ao encontro da LUZ MAIOR. VOA POETA, VOA E VOLTA PARA A CASA DO PAI, VÁ REABASTECER SUA CHAMA MILENAR E ATÉ UM DIA...


Anna Peralva



Sempre
Walter Pereira Pimentel


A lua, o mar
O sal e o sol no teu corpo
Diante do meu olhar absorto
Um incentivo a tocar e acariciar


Cada palmo do teu ser
Colocando à mostra todas as tuas raízes
Descobrindo no teu olhar aqueles matizes
Que só um coração apaixonado vê


E permite que nele adentrem
E ali construam seus abrigos:
A fantasia, o sonho, o querer...


O desejo de amar, a vontade de viver...
A obsessão por estar contigo
“Num lugar chamado sempre!”

05.02.11

Trabalho de arte: Marilda Ternura

VERA JARUDE


Vera Lucia Jarude Abbas nasceu no Líbano e veio para o Brasil bem pequenina, com apenas três anos de idade, portanto, seu coração é verde e amarelo e o Brasil um canteiro rico em beleza e diversidade, que aprendeu a amar. Nesse chão em cultivo estão suas lembranças e no livro da vida segue escrevendo sua história e nele, registrando as marcas dos seus primeiros passos aqui, nessa terra alvissareira, onde juntos também caminhamos e aprendemos...

Assim é Vera Jarude, um ser poeta que enxerga a vida com os olhos d’alma, e em sensibilidade transforma uma folha virgem de papel num manancial de sentimentos e emoções, que deslizam na leveza da palavra... Por tudo já vivido e sentido, segue a viagem soltando no tempo certo versos de amor e desabafos... E a travessia terrena fica mais bonita, quando a essência transparente prossegue, sempre em frente, com fé e esperança, tecendo nas horas o lirismo da sua poesia!


“Sem te ver, vou vivendo...
e assim tem sido meus dias.
Mesmo você não me vendo, mesmo você distante,
tenha certeza que estou ao teu lado e te olhando
em meus sonhos...
Mesmo você não me tocando,
nos meus sonhos eu estou te sentindo”.


Vera é uma sonhadora, coração meigo e fraternal cuja ternura esparge e nos abraça, diminuindo a distância, aliás, não existe distância! A amizade ultrapassa todas as pontes, derrubando fronteiras! E num piscar de olhos, nossas mãos se tocam... Assim, o distante fica bem perto e a união muito maior!


Além de poeta e ser humano com grandeza de espírito, Vera é uma Dama das Imagens! Mãos talentosas de artesã bordam formatações de rara beleza. Aquarelas delicadas que emolduram seus versos e, com altruísmo e carinho também poesias de poetas amigos.
Tem um Site maravilhoso, com jóias raras! Quando se entra lá é como se estivéssemos num paraíso, observando o êxtase de paisagens contagiantes em comunhão perfeita com a expressão poética da palavra. Dá vontade de sentar num cantinho e sorver toda essa alquimia...
Confiram em:


http://www.verajarude.com/

Verinha reside em Cuiabá-MT, a bela terra do Pantanal onde a Natureza em si, é pura inspiração!

Anna Peralva


Transportar-me daqui!
Vera Jarude


Como queria agorinha,
em teus braços cair e
deles nunca mais sair...

Como queria agorinha,
estes abraços e dentro deles eu ficaria.

Assim permaneceria sempre
olhando seu olhar
e dentro deles ficaria refletida
esta imagem para nunca mais deixar
que saísse de minha mente,
pois gravada ficaria
em meu coração.

Como queria agorinha,
sair pelo mundo
em busca de ti...

Como queria, agorinha te
encontrar
e nunca mais
ter que dizer
que eu quero você,
e sim ...
finalmente:
Sou tua eternamente!

Trabalho de arte: Marilda Ternura

GILKA MACHADO

GILKA MACHADO
(1893 - 1980)

Gilka Machado, nascida no Rio de Janeiro, dia 12 de março de 1893, tinha sangue de artista nas veias: a mãe, Thereza Christina Moniz da Costa, era atriz de teatro e de rádio-teatro. Casou-se com o poeta Rodolfo de Melo Machado em 1910 e teve dois filhos: Helio e Eros. Seu marido, Rodolfo, faleceu em 1923.
Seu primeiro livro de poesia, “Cristais Partidos”, foi publicado em 1915. Em 1916 foi publicada sua conferência “A Revelação dos Perfumes", no Rio de Janeiro. Em 1917 publicou “Estados de Alma” e, em seguida, no ano de 1918, “Poesias, 1915/1917”, “Mulher Nua”, em 1922, “O Grande Amor”, “Meu Glorioso Pecado”, em 1928, e “Carne e Alma”, em 1931. Em 1932, foi publicada em Cochabamba, Bolívia, a antologia “Sonetos y Poemas de Gilka Machado”, com prefácio Antonio Capdeville. No ano seguinte, a escritora foi eleita "a maior poetisa do Brasil", por concurso da revista "O Malho", do Rio de Janeiro. “Sublimação” foi publicada em 1938, “Meu Rosto” em 1947, “Velha Poesia” em 1968 e suas “Poesias Completas” editadas em 1978. Em 1979, foi agraciada com o prêmio Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras. Nesse mesmo ano a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro prestou homenagem à mulher brasileira na pessoa da poeta. Escreveu versos, sendo simbolista, considerados escandalosos no começo do século XX, por seu marcante erotismo.
Gilka faleceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 11 de dezembro de 1980.


REFLEXÕES (IV)

Eu sinto que nasci para o pecado,
se é pecado, na Terra, amar o Amor;
anseios me atravessam, lado a lado,
numa ternura que não posso expor.

Filha de um louco amor desventurado,
trago nas veias lírico fervor,
e, se meus dias a abstinência hei dado,
amei como ninguém pode supor.

Fiz do silêncio meu constante brado,
e ao que quero costumo sempre opor
o que devo, no rumo que hei traçado.

Será maior meu gozo ou minha dor,
ante a alegria de não ter pecado
e a mágoa da renúncia deste amor?!...

Eliana (Shir)


Fontes de Pesquisa:
www.itaucultural.org.br
www.brasilana.usp.br

FREDERICO GARCIA LORCA

FREDERICO GARCIA LORCA
(1898 - 1936)


"Deixaria neste livro/ toda a minha alma./ Este livro que viu/ as paisagens comigo/ e viveu horas santas./ Que pena dos livros/ que nos enchem as mãos/ de rosas e de estrelas/ e lentamente passam! (...)" Este belo poema de Garcia Lorca chama-se "Prólogo" e foi traduzido por William Agel de Melo.

O poeta Federico Garcia Lorca, filho de Federico Garcia Rodrigues e sua segunda esposa, Vicenta Lorca, nasceu na cidade de Fuente Vaqueros - região de Granada, na Espanha - e levou para sua poesia muito da paisagem e dos costumes de sua terra natal.

Estudou direito e letras na Universidade de Granada. Seu primeiro livro foi publicado em 1918, com o título "Impressões e Paisagens". No ano seguinte, Garcia Lorca mudou-se para Madri, onde viveu até 1928. Em Madri tornou-se amigo de vários artistas, como Luis Buguel, Salvador Dali e Pedro Salinas. Em 1920 estreou no teatro, com a peça "O Malefício da Mariposa", e em 1921 publicou "Livro de Poemas".

García Lorca viveu dois anos em Nova York. De volta à Espanha, em 1931, criou a companhia teatral "La Barraca", que passou a se apresentar por todo país encenando autores clássicos espanhóis, como Lope de Vega e Cervantes. Tornou-se também um grande dramaturgo, e criou peças que ficaram conhecidas no mundo inteiro. Entre suas obras mais encenadas estão "Bodas de Sangue", "Yerma" e "A Casa de Bernarda Alba".

Como poeta, Lorca publicou mais de uma dezena de livros, entre eles "Romance Cigano", "Poeta em Nova York", "Seis Poemas Galegos" e "Cantares Populares". A poesia de Garcia Lorca é simples e direta, e seu estilo doce e comovente tem encantado gerações de leitores. Sua poesia tocante também registrou o modo de viver das pessoas mais simples e buscou resistir contra todo tipo de opressão.

Em 1936, ano da eclosão da Guerra Civil Espanhola, Federico García Lorca foi preso.

Ele foi executado após o levante militar da Guerra Civil Espanhola, por sua afinidade com a Frente Popular e por ser abertamente homossexual. Fuzilado por militantes franquistas, tornou-se símbolo da vítima dos regimes totalitários.

Não se pode negar a Garcia Lorca o papel de um dos mais representativos poetas espanhóis das três primeiras décadas de nosso século, com expressiva repercussão até os dias atuais. Inegavelmente foi aquele que, conseguiu alcançar os patamares da fama e despertar maior entusiasmo dentre todos entre os de sua geração.

Se as minhas mãos pudessem desfolhar

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!



Eliana (Shir)

Fontes de pesquisa:
http://educacao.uol.com.br
http://www.astormentas.com

domingo, 18 de setembro de 2011

NAIDA TERRA


Márcia Tosco Torres nasceu e até a presente data reside na cidade de Osasco, Estado de São Paulo. É conhecida como Naidaterra, no mundo lírico da poesia. Desde menina, no colégio, escrevia peças, redações, contos e histórias. A palavra pulsava como afluentes de um rio em suas veias. Os livros sempre foram seus companheiros inseparáveis... Dentre seus preferidos estão Mário Quintana e Victor Hugo. Seu primeiro trabalho literário foi uma peça teatral intitulada "UM DIA RUIM" e outras, que foram apresentadas em colégios e teatros da cidade. Um livro, DEGRAU ZERO, obra terminada, mas não publicada e alguns e-books. Ao poetar, tende sempre para o romantismo, pois é sensível, emotiva e sonhadora... Assim ela se define: “Sou uma verdadeira fonte jorrando lágrimas...”. Para a nossa querida poeta, “o amor é a chave que abre os portais de um mundo sem sofrimento e só através dele se vivencia a paz”. Naida é uma pessoa incrível, gente que sente e faz a diferença nessa jornada terrena. Transparente, amiga e justa. Olhar expressivo revela a grandeza da alma onde habita seu maior ídolo, Jesus!
Ama os animais, adora estudar as religiões de outros lugares, suas culturas e filosofias... Respeita a natureza por senti-la como um dom divino, obra de arte do Criador para a criatura... Seu “eu” poeta busca dados do passado e através dos tempos idos em distantes regiões do mundo... Deste modo vai traçando o registro da história e como escritora ou escultora das palavras, sobrevoa além da linha que demarca os ciclos das estações... Senhora de uma fé inabalável, confia na intuição. Sua inspiração aflora em qualquer hora ou lugar e a semente do verso está plantada, em seguida alça voo! Sempre escreve o que sente, sem receio de expor sentimentos e emoções. No fascínio da poesia uma viagem interior, estesia da paisagem refletindo a beleza poética do sonhar da nossa querida Naidaterra, ser humano encantador!

Anna Peralva



HOJE!
Naidaterra


Hoje, estarei com você...
Estou completamente extasiada, ansiosa para
afagar este meu desejo que chamo de vida...
Meu corpo é tudo que cheira amor, é a brasa
do lume, é brilho, é pétala virgem desabrochando
para sentir o primeiro raio de sol...
Hoje, estarei em teus braços...
Teus lábios, docemente quero tocar e em teus
olhos mergulhar indo ao encontro de tua alma e
declarar todo o meu amor, minha paixão insana,
meu anseio faminto e minha sêde
implacável de sentir você.
Hoje, meu coração estala e grita...
Amo-te, amo-te tanto e tanto que não há amor maior
que o meu em qualquer lugar do mundo...
Quero fazer-te sentir toda a intensidade deste
meu amor que tem a leveza dos
aromas de todos os amores já vividos e todos
os encantos do meu Ser te darei para que
seja um eterno movimento em sua vida...
Hoje, darei a você meu amor ingênuo, límpido,
despido de qualquer dor, um sentimento
sem nenhuma súplica...
Hoje, serei tua...
Depois, fascinação..


Trabalho de Arte: Marilda Ternura

JOÃO COELHO DOS SANTOS


É com admiração e respeito que O Clube de Poetas reverencia a poesia de João Coelho dos Santos, poeta português nascido em Lourosa, Santa Maria da Feira.

Com a perda da mãe, ainda menino, fixou residência em Lisboa tendo estudado no Colégio “O Académico”, no Liceu Camões e na Faculdade de Direito de Lisboa.

Faz parte de diversas Associações Poéticas e Culturais e membro de “Os Confrades da Poesia”.

Nas terras do além mar, berço dos grandes mestres da poesia traz nas veias o lirismo casto que contagia e expressa a beleza da palavra escrita, em sua essência.


"Nunca a saudade
foi verdadeiramente saudade
enquanto de ti não senti
saudade... por estar sem ti".

(in: Por Ti Amor)

É autor de diversos livros de poesia, de teatro, de biografias históricas e de um didático, tendo mais de dezenove livros publicados.
Como poeta de grande expoente é membro da:

S.P.A. - Sociedade Portuguesa de Autores,
A.P.P. - Associação Portuguesa de Poetas e
U.L.L.A. - União Lusófona das Letras e Artes.

Leciona na U.L.T.I. - Universidade de Lisboa para a Terceira Idade.
Sobre o tempo, que avança a largos passos deixando suas marcas no corpo finito e que, durante os enigmas das estações em andanças garimpa as estradas da vida em busca de evolução, respostas, aprendizado e felicidade, ele assim o descreve:

“Sei que tempo já passou;
Não sei quanto passará.
Se soubesse quanto de vida terei
Saberia, com verdade
A minha idade.
Assim, não sei”.

Para conhecer um pouco mais das belas poesias do poeta visite seu Blog:

http://joaocoelhodossantos.blogs.sapo.pt/

Anna Peralva


ACREDITAS?
João Coelho dos Santos


Acreditas
Que existe Alma
Que nunca ninguém viu?

Acreditas
Que umas são boas,
Outras más?

Acreditas
Que o sopro da vida
E aquilo que a anima
É obra de Deus?

Mas porquê tanta miséria,
Tanto mal, tanta dor,
Tanta angústia,
Tanta guerra,
E tanta falta de amor?

Acreditas
Na bondade,
Na misericórdia
E no perdão?

Olho o Céu, o Sol,
As Estrelas, a Lua
E do fundo do meu ser
Com força sobrehumana grito:
Acredito!

Ninguém viu o vento,
E ele existe!

Ninguém tocou um pensamento,
E ele existe!

Ninguém abraçou a sombra
E ela existe!

Acredito
Nas coisas belas do mundo,
Na flor, no arco-íris,
Na água fresca do rio,
No milagre da Primavera.

Acredito
No reequilíbrio da Natureza,
Nos insondáveis mistérios
No universo;
Na palavra,
Que é hino de amor,
Que é verso;
Na ternura de um olhar,
Na alegria de viver,
No encanto de te ter.

Acreditar é ter Fé,
Sentir o sexto sentido,
Esperar com esperança,
Sofrer o sofrimento,
Alegrar-se na alegria.

À noite sucede o dia!

O lenho que se fez Cruz
Ao Mundo deu luz.
Antes do último ai
Disseste meu Jesus:
Perdoai-lhes, Pai.

E o Pai perdoou,
E o Homem não mudou.
Prefere ignorar-Te,
Maldizer-Te, maltratar-Te,
Como se seu igual fosses.

Em nome da humanidade,
Perdão Te peço, Senhor.

Em ti, Senhor, acredito!

1992.12.20
in: Por Ti Amor

Trabalho de arte: Marilda Ternura

BEATRIZ FRANCISCA DE ASSIS BRANDÃO

Beatriz Francisca de Assis Brandão
(1779 - 1868)

Beatriz Francisca de Assis Brandão nasceu na cidade de Vila Rica, então capital da província de Minas Gerais, atual Ouro Preto, a 29 de julho de 1779. Filha do sargento-mor Francisco Sanches Brandão e de Isabel Feliciana Narcisa de Seixas.

Dedicou-se à poesia, à prosa e à tradução, assinando-se apenas com o prenome à guisa de pseudônimo, D. Beatriz, no período em que colaborava para a Marmota Fluminense.

Depois de publicar seus versos no Parnaso brasileiro, os reúne em volume sob o título de Cantos da Mocidade, em 1856. A segunda obra publicada foi Carta de Leandro a Hero, e Carta de Hero a Leandro, também no Parnaso Brasileiro. Em 28 abril de 1868, já bastante conhecida, mereceu um artigo, no Correio Mercantil, intitulado "Prima de Marília", onde se lê que "D. Beatriz era um ânimo varonil e uma inspirada poetisa."

D. Beatriz dedicou-se também ao ensino. Dirigiu em Vila Rica um educandário para meninas e participou da nossa imprensa, tendo publicado no Guanabara e na Marmota Fluminense, de 1852 a 1857.

Faleceu no Rio de Janeiro a 5 de fevereiro de 1868.
É a patrona da cadeira n° 38 da Academia Mineira de Letras e pertenceu à Sociedade Promotora da Instituição Pública da Cidade de Ouro Preto.

SONETO 1


Estas, que o meu Amor vos oferece,
Não tardas produções de fraco engenho,
Amadas Nacionais, sirvam de empenho
A talentos, que o vulgo desconhece.
Um exemplo talvez vos aparece
Em que brilheis nos traços, que desenho:
De excessivo louvor glória não tenho,
E se algum merecer de vós comece.


Raros dotes talvez vivem ocultos,
Que o receio de expor faz ignorados;
Sirvam de guia meus humildes cultos.

Mandei ao Pindo os vôos elevados,

E tantos sejam vossos versos cultos,
Que os meus nas trevas fiquem sepultados.



SONETO 2


Voa, suspiro meu, vai diligente,
Busca os Lares ditosos onde mora
O terno objeto, que minha alma adora,
Por quem tanta aflição meu peito sente.


Ao meu bem te avizinha docemente;
Não perturbes seu sono: nesta hora,
Em que a Amante fiel saudosa chora,
Durma talvez pacífico e contente.


Com os ares, que respira, te mistura;
Seu coração penetra; nele inspira
Sonhos de amor, imagens de ternura.


Apresenta-lhe a Amante, que delira;
Em seu cândido peito amor procura;
Vê se também por mim terno suspira.

Fontes de Pesquisa:
http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br
http://www.antoniomiranda.com.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

MURILO MENDES

MURILO MENDES
(1901-1975)


Murilo Monteiro Mendes, filho de Onofre Mendes e Eliza M. de Barros Mendes, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Fez seus primeiros estudos em na sua terra natal e depois no Colégio Salesiano de Niterói. Dois acontecimentos marcaram a juventude de Murilo Mendes: a passagem do cometa Halley, em 1910, e sua fuga do colégio interno em Niterói para ver, no Rio de Janeiro, as apresentações do dançarino russo Nijinski, em 1917. Ambos, cometa e bailarino, foram considerados por ele, verdadeiras revelações poéticas.
Foi dentista, telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notário e Inspetor Federal de Ensino. Sua estréia na literatura se deu em revistas do Modernismo, Terra Roxa e Outras Terras e Antropofagia.
Em 1934, converteu-se ao Catolicismo e com Jorge de Lima dedicou-se à "restauração da poesia em Cristo". De 1953 a1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira.
Em 1957, se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Participou do movimento Antropofágico, revelando-se um conhecedor da vanguarda artística européia. Ao mesmo tempo, manteve-se fiel às imagens mineiras, mesclando-as às da Sicília, Espanha, carregadas de história.
Entre os anos de 1924-1929, apareceram seus primeiros poemas nas revistas modernistas, "Antropofagia" e "Verde". O poeta faz parte da chamada Segunda Geração Modernista. Seu primeiro livro, "Poemas", foi publicado em 1930, com o qual ganhou o prêmio Graça Aranha. No mesmo ano já saiu "Bumba-meu-Poeta" e, em 1933, "História do Brasil".
Murilo Mendes faleceu, em Portugal, em 1975.


O UTOPISTA

Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.


CANÇÃO DO EXÍLI0



Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!


Fontes de pesquisa:
www.pensador.uol.com.br
www.revista.agulha.nom.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

SILVIA A. GIOVATTO (Faffi)


O Clube de Poetas tem hoje o prazer de reverenciar Silvia A. Giovatto, mais conhecida na Net como faffi. Um ser especial que traz em si todos os sonhos do mundo, pois acredita que eles possam ser realizados. Nada na vida é em vão, basta querer e fazer acontecer! Faffi é romântica, alegre e como todo ser poeta, sonhadora! Mas sabe discernir a linha invisível que determina onde o sonho principia e a realidade vivida no tempo com seus ciclos em andanças constantes.

Faffi adora escrever poemas infantis. Dentro dela mora uma criança que dança em versos e entoa palavras com um lirismo livre, leve e solto... Tem poemas editados em sites de amigos, livros virtuais com historinhas infantis, presente da amiga Yara Nazaré.

Escrever para faffi é o como o ar puro que necessita para viver e sentir todo o aroma delicado que a natureza esparge, propagando toda sua magistral beleza. Seus versos de amor teem uma sensibilidade ímpar:


“Eu, Você...
um amor ternura
nos meus olhos
o brilho das estrelas,
nos seus olhos
o clarão da lua”.

Essa alminha transparente é do signo de escorpião e, seu porto seguro é a família, pedra angular para seu equilíbrio e felicidade e onde seu amor por ela, renova-se a cada renascer da aurora, aumenta com o ponteiro do relógio que sinaliza o passar da hora eternizando na alma esse sentimento bendito. Sobre o amor da sua vida ela assim descreve: - um ser surpreendente!

“Quem disse que o tempo apaga o amor?
O nosso não apagou!
Hoje com filhos e netos do lado
vivemos ainda, a magia do primeiro amor”.

Por isso sua profissão sempre foi Mãe X Esposa e nas horas vagas liberta a poeta... Vai bordando a palavra com maestria, abrolhando toda a estesia da poesia.

Anna Peralva


Só Quero Você

faffi
(Silvia Giovatto)

Hoje acordei carente...
A saudade tomou conta de mim,
não sei se a culpa é da chuva
que cai miúda,
ou do meu coração que bate
sem parar chamando por você.
Queria tanto estar ao seu lado,
falar de mim e ouvir um pouco de você
Ah, se eu pudesse ser leve como o vento,
voaria em sua direção roçando seu rosto
num vai e vem... sem parar
e só voltaria quando a brisa parasse de soprar.
Não posso me aliar ao vento,
mas posso te deixar nesses versos
desencadeados, o meu recado...
Hoje, Só Quero Você!
Mesmo que o vento sopre em direção diferente...
dê meia volta e venha me ver.

Trabalho de arte: Marilda Ternura