ELIZABETH BARRET
BROWNING
( 1806 - 1861
)
Poetisa inglesa, Elizabeth Barret
Browning nasceu a 6 de março de 1806 em Coxhoe, Durham. Filha de
um homem abastado, enriquecido
principalmente às custas de plantações na Jamaica, cresceu na
parte ocidental da Inglaterra e foi
educada em cada por um precetor. Aprendeu latim e grego com
celebridade, tendo-se tornado uma
leitora voraz.
Aos catorze anos organizou a sua
primeira coletânea de poemas, The Battle Of Marathon (1820) e logo após
foi vítima de um acidente equestre,
que causou-lhe mazelas incuráveis na coluna vertebral, pelo que
consumiu morfina contra as dores
durante o resto de sua vida.
Continuou depois com An Essay
On Mind, publicado às expensas de seu pai em 1826,
e uma tradução de
Ésquilos, Prometheus Bound
e em 1833, Prometeu Agrilhoado.
Em 1832, a família mudou-se para
Sidmouth e, três anos depois, em Londres, onde a poetisa começou a
colaborar para a
imprensa.
Em 1838, publicou The Serafim,
And Others Poems, obra que chamou a atenção do público. Neste mesmo ano
foi enviada para Torquay, em
convalescença de um derrame, na companhia do irmão. Este morreu afogado
e Elizabeth ganhou um medo quase
mórbido de estar na companhia de pessoas. Dedicou-se portanto
inteiramente à
leitura.
Em 1844, com a publicação de
Poems, obteve grande popularidade e foi elogiada por Edgar Alan Poe,
entre outros. Chegou-se a referir o
seu nome como sucessora de Wordsworth como Poeta da Corte
Britânica.
Aos 39 anos, deu início a uma
correspondência com o poeta Robert Browning, seis anos mais novo, que
conhecia toda sua obra. O namoro foi
mantido em segredo de seu pai
que havia terminantemente proibido
os seus doze filhos e filhas de se
casarem.
No ano seguinte, Elizabeth fugiu
da alçada do pai e, em setembro
de 1846, casou com Robert Browning e
viajou com ele para a Itália, onde se fixou na cidade de
Florença,
até o fim da
vida.
e tornou-se apoiante do movimento
de unificação italiana e opos-se à escravatura. Em 1857, publicou Aurora
Legh, um romance escrito em prosa poética, lida como o papel da mulher na
sociedade e com as responsabilidades morais dos poetas.
Elizabeth Browning faleceu a 29 de
junho de 1861, em Florença, nos braços do seu marido.
Entre seus poemas mais conhecidos,
destacam-se Sonnets From The Portuguese (1850),
que se referem possivelmente à obra
de Luis Vaz de Camões.
SONETO XIV
Ama-me por amor do amor
somente
Não digas : Amo-a pelo seu
olhar,
O seu sorriso, o modo de
falar
Honesto e brando. Amo-a porque se
sente.
Minh'alma em comunhão
constantemente
Com a sua. Porque pode
mudar
Isso tudo, em si mesmo, ao
perpassar
Do tempo, ou para ti
unicamente.
Nem me ames pelo pranto que a
bondade
De tuas mãos enxuga, pois se em
mim
Secar, por teu conforto, esta
vontade.
De chorar, teu amor pode ter
fim!
Ama-me por amor do amor, e
assim
Mais hás de querer por toda a
eternidade.
(Tradução: Manuel
Bandeira)
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SONETO
XXVIII
As minhas cartas! Todas elas
frio,
Mudo e morto papel! No entanto
agora
Lendo-as, entre as mãos trêmulas o
fio
da vida eis que retomo hora por
hora.
Nesta queria ver-me - era no estio
-
Como amiga a seu lado...Nesta
implora
Vir e as mãos me tomar...Tão
simples! Li-o
E chorei. Nesta diz quanto me
adora.
Nesta confiou: sou teu, e
empalidece
A tinta no papel, tanto o
apertava
Ao meu peito que todo inda
estremece!
Mas uma...Ó meu amor, o que me
disse
Não digo. Que bem mal me
aproveitara,
Se o que então me disseste eu
repetisse...
(Tradução: Manuel
Bandeira)
SONETO
Parte:
não a sombra. Por
distante
Que te vás, em meu peito, a cada
instante,
Juntos dois corações batem
iguais.
Não ficarei mais só. Nem nunca
mais
Dona de mim, a mão, quando a
levante,
Deixará de sentir o toque
amante
Da tua - ao que fugi. Parte: não
sais!
Como o vinho, que às uvas donde
flui
Deve saber, é quando faço e
quanto
Sonho, que assim também todo te
inclui.
A ti, amor! minha outra vida,
pois
Quando oro a Deus, teu nome ele
ouve e o pranto
Em meus olhos são lágrimas de
dois.
(Tradução: Alexandre
Herculano de Carvalho)
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Fontes de Pesquisa:
Eliana (Shir) Ellinger
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