JOSÉ GODOY GARCIA
(1918 - 2001)
José Godoy Garcia, filho de Pedro
Garcia de Freitas e Aladina Godoy Garcia, nasceu em Jataí, Goiás. Órfão ainda na
infância, foi criado, com os outros cinco irmãos, pela avó Maria Rita
Guimarães.
Estudou as primeiras letras com o
professor Nestório Ribeiro em sua cidade natal, depois em Uberlândia (MG),
Cidade de Goiás (GO) e Goiânia (GO), onde concluiu o Clássico e o curso de
Direito (1948). Teve diversos empregos antes
de se formar em Direito, tais como de garçom, lanterninha de cinema, agente de
polícia e de publicidade.
Nesta fase, ou um pouco depois,
teria convivido com o Príncipe da Poesia Goiana e Introdutor da Corrente
Modernista na Poesia de Goiás, Cyllenêo (Leo Lynce).
Passou três anos no Rio de Janeiro
(de 1937 até início de 1941), onde manteve contato com modernistas,
principalmente Lúcio Cardoso, Rubem Braga e Solano Trindade.
Participou, como assessor jurídico,
da Comissão Goiana para Mudança da Capital Federal, presidida por Altamiro de
Moura Pacheco e criada pelo governador José Ludovico de Almeida.
Marxista por convicção, militante
da esquerda pelo Partido Comunista, poeta realista de uma naturalidade
exuberante. Seu primeiro livro de poemas, Rio do Sono, publicado em
1937, é detentor do Prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho
Ramos.
Seguiram-se, Caminho de
Trombas, 1966, Araguaia Mansidão (1972), Aqui é a Terra
(1980), Entre Hinos e Bandeiras (1985), Os Morcegos
(1987), Os Dinossauros dos Sete Mares (1988), Florismundo
Periquito (1990), contos, novelas, que ele revisava na ocasião de sua morte
com o fito de dar continuidade à publicação das obras completas; O Flautista
e o Mundo Sol Verde e Vermelho (1994), Aprendiz de Feiticeiro
(1997). Para ele, a poesia é tudo que o pássaro pensa da
chuva.
Três anos antes de seu falecimento,
auxiliado pelos amigos Herondes Cezar e Salomão de Sousa, organizou e publicou ,
em 1999, o livro Poesia que ele considerava o compêndio definitivo de
sua produção poética.
ESTIVE PENSANDO HOJE DE MANHÃ Estive pensando hoje de manhã,que fino trabalho fez o céu?Para amanhecer com cara de romã?Estive pensando hoje de manhã,onde será que nascem os ventos?Para viverem assim de déu em déu?Que nuvem é como pensamento,sai andando sem poder parar.Estive pensando hoje de manhã,que tudo na terra vive amando:mar, nuvem, vento, idéia, romã.
SER O CORPO DE UMA NUVEM 1.Ser o corpo de uma nuvemé o memso que mulher andar na tarde,é a estrada estar para ser usada,é a mulher como uma vaca vista pelogrande touro vingador- nuvem imóvel andando semoventena acrista do azul da tarde. 2.Uma nuvem é a aperente indeferençadas coisas do mundo pela sua dore quando ela passa a mãe e nem o negroa viram - andavam em si mesmos levandoandavam com suas vidas levandoa dor e as alegrias;a moça que olhava a estrada tinha ferido seu ventrefazia quatro noites;o velho Miquéiascosturou sua língua para não falar o que sabiadiante dos abrutres que o ouviam. 3.Uma nuvem é o comodismo dos animais.É a pedra que aparentemente não clama nem ajuda.É a montanha que presa à sua solidãonada ve do homem, é cheia de solidariedade, mutante.Uma nuvem é a solidão de cada um;um trecho da infância de cada um. ** ** ** Eliana (Shir) Ellinger Fontes de pesquisa:www.pt.wikipedia.orgwww.antoniomiranda.com.br
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