Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sexta-feira, 9 de novembro de 2012

ALDA LARA


ALDA LARA
(1930 - 1962)
 
Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque, nasceu em Bengala em
9 de junho de 1930 e ali passou grande parte da sua infância, por certo
a coligir sentimentos que, mais tarde, exalaria pela poesia que escreveu.
Nascida numa família abastada, foi criada no característico meio crioulo da urbe das Acácias Rubras da décasa de 30, onde apesar da circunstância colonial não faltavam cultores da velha escola republicana portuguesa anterior ao Estado Novo, a par de remanescentes dos tempos da tipóia e do comércio sertanejo.
Teve, como era próprio do seu tempo, uma educação profundamente cristã, o que lhe conferiu "um vincado espírito de liberalismo".
Depois de ter concluido o sexto ano num colégio de madres em Sá da Bandeira (atual Lubango), partiu para Lisboa, onde terminaria os estudos liceais e frequentou a Faculdade de Medicina.
Durante este período manteve uma estreita ligação com a Casa dos Estudantes do Império, tendo sido colaboradora em jornais e revistas de relevância na época, tais como a Revista Mensagem-CEI, o Jornal de Bengala, o Jornal de Angola, o ABC e Ciência.
Nessas publicações, surgiram seus primeiros escritos poéticos, também publicados em várias antalogias, até surgir seu primeiro livro, intitulado Poesias , em 1960.
Como 'Poeta da Geração Mensageira', suas poesias transpiram exílio, saudade obsessiva da terra e suas gentes, os lugares da infância, os amigos e as expectativas de um futuro em que pretendia participar logo que possível faz de Lara, uma mensageira da sociedade civil, lutando com as armas de que dispunha a sua poesia, onde a política, estando implícida, é sobretudo do foro de seus sentimentos.
Alda Lara é considerada importante poetisa de Bengala, por suas obras e tem o lugar de excelência que lhe cabe na literatura e declamação, precursora de uma pré-poesia angolana que à época despontava. Foi, e é até hoje, a voz feminina de maior sensibilidade, aliando ao acervo poético significativo que deixou, uma oficina passível de ser classificada já na década de 60 do século findo como de modernidade.
Alda Lara faleceu prematuramente em 1962 e, após sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira, atual Lubango, decidiu instituir o Prêmio Alda Lara de Poesia. 
 
 
QUADRAS DA MINHA SOLIDÃO

Fica longe o sol que vi,
aquecer meu corpo outrora...
Como é breve o sol daqui!
E como é longa esta hora...
Donde estou vejo partir
quem parte certo e feliz.
Só eu fico. E sonho ir,
rumo ao sol do meu país...
Por isso as asas dormentes,
suspiram por outro céu.
Mas ai delas! tão doentes,
não podem voar mais eu...
que comigo, preso a mim,
tudo quanto sei de cor...
Chamem-lhe nomes sem fim,
por todos responde a dor.
Mas dor de quê? dor de quem,
se nada tenho a sofrer?...
Saudade?...Amor?...Sei lá bem!
É qualquer coisa a morrer...
E assim, no pulso dos dias,
sinto chegar outro Outono...
passam as horas esguias,
levando o meu abandono...

Fontes de Pesquisa:
 
Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)
 

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