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A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sábado, 23 de novembro de 2013

DOM PEDRO II


DOM PEDRO II
(1825 - 1891)
 
Segundo Imperador do Brasil, Dom Pedro II nasceu no Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1825, e faleceu em 5 de dezembro de 1891, em Paris. Se nome completo era Dom Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Habsburgo,
filho de Dom Pedro I e Dona Leopoldina de Áustria.
Após a abdicação de seu pai, assumiu o trono aos cinco anos de idade e, devido à impossibilidade de tal evento, o Brasil passou a ser administrado por uma Regência.
Dom Pedro II, recebeu uma educação excepcional de mestres e sábios de várias áreas do conhecimento, como idiomas, ciências naturais, filosofia, artes, matemática, dança, música, entre outras.
Casou-se com Teresa Cristina Maria de Bourbon, por procuração em Nápolis, em 30 de maio de 1843, e, pessoalmente, no Rio de Janeiro, em 4 de setembro de 1843. 
Dom Pedro II foi autor de diversos poemas, sonetos em sua maioria, reunidos em dois livros : "Poesias de Sua Magestade D. Pedro II"  (1889) e "Sonetos do Exílio" (1898). Era muito ligado ao Romantismo, aos escritores do Realismo e Naturalismo. Dom Pedro II é um dos mais equilibrados e filosóficos poetas brasileiros, provando-se verdadeiro herdeiro de D. Diniz, o Rei Trovador de Portugal. Usa metáforas e comparações meigas, vocábulos finos, sem elegância desnecessária, sempre compreensível.
Depois da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi prisioneiro no Paço da Cidade e encaminhado a sair do país em vinte e quatro horas. Deixando o Brasil, foi para Portugal com a família.
A Imperatriz faleceu no dia 29 de dezembro. Então, D. Pedro II foi viver na cidade de Cannes, depois Versalhes e Paris. Morreu aos 66 anos, após sofrer de pneumonia num hotel. Seus restos mortais retornaram ao Brasil somente em 1920.
 


À IMPERATRIZ

Corda que estala em harpa mal tangida,
Assim te vais, ó doce companheira
Da fortuna e do exilio, verdadeira
Metade de minha alma entristecida!

De augusto e velho tronco hastea partida
E transplantada à terra brasileira,
Lá te fizeste a sombra hospitaleira,
Em que todo infortunio achou guarida.

Feriu-te a ingratidao no seu delirio;
Caiste, e eu fico a sos, nestre abandono,
No teu sepulcro vacilante cirio!

Como foste feliz! Dorme o teu sono...
Mae do povo, acabou-se o teu martirio;
filha de reis, ganhaste um grande trono!
 
** ** **


À MORTE DO PRÍNCIPE D. PEDRO

Pode o artista pintar a imagem morta
Da mulher, por quem dera a própria vida.
À esposa que a ventura vê perdida
Casto e saudoso beijo inda conforta.

A imitar-lhe os exemplos nos exorta
O amigo na extrema despedida...
Mas dizer o que sente a alma partida
Do pai, a quem, oh Deus, tua espada corta.

A flor de seu futuro, o filho amado;
Quem o pode, Senhor, se mesmo o Teu
Só morrendo livrou-nos do pecado,

Se a terra à voz do Gólgota tremeu
E o sangue do Cordeiro Imaculado
Até o próprio céu enegreceu!
 
** ** **


TERRA DO BRASIL 

Espavorida agita-se a criança,
De noturnos fantasmas com receio,
Mas se abrigo lhe dá materno seio,
Fecha os doridos olhos e descansa.

Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de lá me veio
Um pugilo de terra; e neste creio
Brando será meu sono e sem tardança...

Qual o infante a dormir em peito amigo,
Tristes sombras varrendo da memória,
ó doce Pátria, sonharei contigo!

E entre visões de paz, de luz, de glória,
Sereno aguardarei no meu jazigo
A justiça de Deus na voz da História!
 
** ** **


SEMPRE BRASIL

Nunca noite dormi tão sossegado,
Quem nem mesmo sonhei com o meu Brasil,
Porém, vendo infinito mar d'anil,
Lembra-me a aurora dele nacarada.

Cada dia que passa não é nada,
E os que faltam parecem mais de mil.
Se o tempo que lá vivo é um ceitil,
Aqui é para mim grande massada.

E a doença porém me consentir,
Sempre pensando nele, cuidarei
De tornar-me mais digno de o servir,

E, quando possa, logo voltarei;
Pois na terra só quero eu existir
Quando é para bem dele que eu o sei.


13 DE MAIO
 
No Brasil sempre brilhou o mes de Maio,
Mas só da redenção foi este dia
Em que o meu coração já não ouvia
A voz do cativeiro em seu desmaio.
 
Brilhou da divindade enfim o raio
Que há muito o Brasileiro presentia,
E exultando em sua íntima alegria
Diz: Firmei-me no bem, no mal não caio!
 
Já todos como irmão agora unidos
Serviremos à Pátria com fervor,
Para assim resgartarmos tempos idos...
 
E hosannas entoando o Criador,
Vejo enfim meus esforços concluidos:
Eu sou de um Povo Livre o Imperador.
 
(Petrópolis, 13 de maio de 1889)



Eliana (Shir) Ellinger
 

Fontes de Pesquisa:
 

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