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Clube de Poetas









domingo, 1 de dezembro de 2013

YONÁ WALLACH


YONÁ WALLACH
(1944 - 1985)

Yona Wallach foi uma poetisa israelense, orgulhosa de sua bisexualidade, que surpreende seus leitores com expressões ousadas sexualidade e de espiritualidade misturadas. Também contava com a psicologia junguiana no seu trabalho. Escreveu letras para bandas de rock israelense que estão em seu livro Island Songs em 1969. Em seu poema, Yonatan, ela interpreta a si mesma como um menino, Yonatan, que é decapitado por outros meninos que tem sede de sangue.
 Nasceu em Tel Aviv, em 1944. Ainda antes do Estado de Israel exisitr, enquanto aquela área era o Mandado Britânico da Palestina. Nessa Tel Aviv que, em sua autobiografia, Amos Oz cita existirem figuras modernas, que aos seus olhos de criança de Jerusalém, tinham algo de quase mótico.




Yona ainda não era uma dessas figuras, ela era um pouco mais nova que Oz (ele nasceu em 39, ela em 44)  mas cresceu nesse ambiente. Quiçá a visão de Oz fosse um tanto obliterada pela infância e pela vida um tanto estrita que levava em Jerusalém, mas ela certamente tornou-se uma dessas figuras modernas e transgressoras.
Yona Wallach era orgulhosamente bissexual e vivia sua sexualidade de modo bastante livre e de modo assumidamente político. É considerada uma das mais importantes feministas de Israel, ainda que algumas de suas performances a aproximem mais do querer do que de qualquer outra coisa.
Um de seus mais importantes  e polêmicos  poemas é Tefillin, em que utiliza os filactórios utilizados pelos judeus mais ortodoxos ao realizar suas orações, como brinquedo sexual em uma relação sadomasoquista. Junto com os poemas foram publicadas uma série de fotos em que Yona estava junto a um modelo nú, que tinha apenas os filactérios atados aos braços. Ainda hoje tanto poema quanto fotos (que completaram 30 anos) causam polèmcia entre as comunidades judaicas mundo afora.
Yona Wallach morreu em 1989, aos 41 anos, vítima de câncer.


Tefilim 

Venha até mim.
Deixe-me fazer nada
Você faz por mim
Faça tudo por mim
Tudo o que eu começar a fazer
Você faz no meu lugar
Eu colocarei os tefillin eu rezarei
Você colocará os tefillin para mim
Ate-os aos meus braços
Brinque com eles dentro de mim
Passe-os delicadamente sobre meu corpo
Esfregue-os em mim
Me excite em todo lugar
Me faça desmaiar com sensações
Faça com que corram por meu clitóris
Amarre meus quadris com eles
Para que eu possa gozar rapidamente
Brinque com eles dentro de mim
Amarre minhas mãos e pernas
Faça coisas comigo
Contra a minha vontade
Me vire de bruços
Coloque os tefillin em minha boca como rédeas
Cavalgue-me como a uma água
Puxe minha cabeça pra trás
Até eu gritar de dor
E você ter prazer
Mais tarde eu os passarei sobre seu corpo
Com intenções bem claras
É, que rosto cruel eu vou ter
Eu os passarei devagar sobre seu corpo
Devagar devagar devagar
Ao redor de sua garganta eu os passarei
Eu vou enrolar uma das pontas ao redor da sua garganta algumas vezes
E amarrar a outra ponta a algo estável
Algo muito pesado que talvez gire
Eu puxarei e puxarei
Até o que seu último suspiro escape
Até que eu te estrangule
Completamente com os tefillin


Eliana (Shir)

Fontes de pesquisa:

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