ANA HATERLY
Ana Hatherly nasceu a 8 de maio de 1929,
na cidade do Porto, em Portugal.
Poeta, romancista, ensaísta, artista
plástica e tradutora, iniciou sua carreira literária em 1958.
Tendo sido um dos principais elementos do
grupo de Poesia Experimental nos anos 60 e 70, seu trabalho está representado
nas mais importantes Antologias e Histórias da Literatura Contemporânea de
Portugal, Brasil, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca,
Suécia, Holanda e República Checa.
Durante as duas últimas décadas, tem-se
dedicado ao estudo da literatura portuguesa e espanhola do "Siglo d'Oro", tendo
publicado vários ensaios e comunicações sobre o tema em várias das mais
conceituadas piblicações literárias de Portugal e do estrangeiro.
Licenciada pela Universidade de Lisboa e
Doutorada em Literaturas Hispânicas pela Universidade de Berkeley (U.S.A.), é
atualmente Professora Catedrática de Literatura Portuguesa na Universidade Nova
de Lisboa e Presidente do Instituto de Estudos Portugueses da mesma
Universidade. É ainda membro da Direção do PEN Club, de que já foi
presidente.
Referenciada, a nível poético, como um dos
mais importantes das vanguardas portuguesas da segunda metade do século, as suas
poesias reunem fortes tendências barroquizantes e visuais que a têm levado a um
apagamento de fronteiras entre a expressão poética e intervenção
plástica.
É esse o caso, por exemplo, de Mapas
da Imaginação e da Memória (1973) , bem como das várias exposições que
incluem desenho, pintura e colagem, realizadas em galerias e centros de
exposições como o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Museu
do Chiado da Costa de Serralves, para além das participações na Bienal de Veneza
e Bienal de São Paulo (Brasil).
AUTO
RETRATO
Este que ves, de cores
desprovido,
o meu retrato sem primores
é
e dos falsos temores já
despido,
em sua luz oculta põe a
fé.
Do oculto sentido
dolorido,
este que ves, lúcido espelho
é
e do passado o grito
reduzido,
o estrago oculto pela mão da
fé.
Oculto nele e nele
convertido
do tempo ido escusa o cruel
trato,
que o tempo em tudo apaga o
sentido;
E do meu sonho transformado em
acto,
do engano do mundo já
despido,
este que vez é o meu
retrato.
Trabalho de Pesquisa Eliana Ellinger (Shir)
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