Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









terça-feira, 27 de novembro de 2012

ANA HATERLY




ANA HATERLY
Ana Hatherly nasceu a 8 de maio de 1929, na cidade do Porto, em Portugal.
Poeta, romancista, ensaísta, artista plástica e tradutora, iniciou sua carreira literária em 1958.
Tendo sido um dos principais elementos do grupo de Poesia Experimental nos anos 60 e 70, seu trabalho está representado nas mais importantes Antologias e Histórias da Literatura Contemporânea de Portugal, Brasil, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca, Suécia, Holanda e República Checa.
Durante as duas últimas décadas, tem-se dedicado ao estudo da literatura portuguesa e espanhola do "Siglo d'Oro", tendo publicado vários ensaios e comunicações sobre o tema em várias das mais conceituadas piblicações literárias de Portugal e do estrangeiro.
Licenciada pela Universidade de Lisboa e Doutorada em Literaturas Hispânicas pela Universidade de Berkeley (U.S.A.), é atualmente Professora Catedrática de Literatura Portuguesa na Universidade Nova de Lisboa e Presidente do Instituto de Estudos Portugueses da mesma Universidade. É ainda membro da Direção do PEN Club, de que já foi presidente.
Referenciada, a nível poético, como um dos mais importantes das vanguardas portuguesas da segunda metade do século, as suas poesias reunem fortes tendências barroquizantes e visuais que a têm levado a um apagamento de fronteiras entre a expressão poética e intervenção plástica. 
É esse o caso, por exemplo, de Mapas da Imaginação e da Memória (1973) , bem como das várias exposições que incluem desenho, pintura e colagem, realizadas em galerias e centros de exposições como o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Museu do Chiado da Costa de Serralves, para além das participações na Bienal de Veneza e Bienal de São Paulo (Brasil). 

AUTO RETRATO
Este que ves, de cores desprovido,
o meu retrato sem primores é
e dos falsos temores já despido,
em sua luz oculta põe a fé.
Do oculto sentido dolorido,
este que ves, lúcido espelho é
e do passado o grito reduzido,
o estrago oculto pela mão da fé.
Oculto nele e nele convertido
do tempo ido escusa o cruel trato,
que o tempo em tudo apaga o sentido;
E do meu sonho transformado em acto,
do engano do mundo já despido,
este que vez é o meu retrato.


 Trabalho de Pesquisa Eliana Ellinger (Shir)

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