VICENTE AUGUSTO DE CARVALHO
(1866 - 1924)
Vicente Augusto de Carvalho, advogado, jornalista, político, abolicionista,
fazendeiro, deputado, magistrado, poeta e contista brasileiro,
nasceu em 5 de abril de 1866, filho do major Higino José Botelho de Carvalho e de Augusta Carolina Bueno, descendente de Amador Bueno, o Anunciado.
Formou-se em 8 de novembro de 1886, com 20 anos, pela Faculdade de Direito de São Paulo, no curso de Ciências Jurídicas e Sociais, sendo que para matricular-se teve que obter licença especial da Assembléia Geral do Império, por não ter a idade mínima para cursar a cátedra de direito.
Quando deputado, foi membro da comissão de redação da Constituição do Estado de São Paulo e Secretário de Interior, tendo abandonado a política logo após.
Foi fazendeiro em Franca, entre 1896 e 1901, quando retornou a Santos e lá se estabeleceu como advogado. Em 1907 transferiu-se para São Paulo, tendo sido nomeado Juiz de Direito no ano seguinte e, a partir de 1914, Ministro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Como jornalista, colaborou em vários jornais, como O Estado de São Paulo e A Tribuna. Em 1889, fundou o Diário da Manhã, em Santos e, em 1905, O Jornal. Serviu como redator da revista Idéia e República, tendo publicado versos, estreou na prosa numa polêmica com o poeta Dias da Rocha.
Em 1885 publicou seu primeiro livro Ardentias. Três anos depois, Relicário. e em 1902 Rosa, Rosa de Amor.
A obra que marcou sua carreira poética, Poemas e Canções, foi primeiro publicada em 1908 com prefácio de seu amigo Euclides da Cunha e teve 17 edições.
Vicente Augusto de Carvalho casou-se em 1888 com Ermelinda Ferreira de Mesquita (Biloca), em Santos, com quem teve quinze filhos.
Foi o segundo ocupante da cadeira 29, que teve como patrono Artur de Azevedo, sendo recebido por carta na sessão de 7 de maio de 1910.
Seu estilo flutuou entre o parnasiano, o simbolista e até o quinhentista. Em seus últimos anos, reduziu sua atividade literária embora ainda fizessem versos, dedicando-se aos negócios comerciais e a uma pequena indústria em Santos. E, 1924, faleceu em São paulo, capital.
SAUDADE
Belos amores perdidos,
Muito fiz em perder-vos;
Deixar-vos, sim: esquecer-vos
Fora demais, não o fiz.
Tudo se arranca do seio,
- Amor, desejo, esperança...
Só não se arranca a lembrança
De quando se foi feliz.
Roseira cheias de rosas,
Roseira cheia de espinhos,
Que eu deixei pelos caminhos,
Aberta em flor, e parti.
Por não me perder, pedi-vos:
Mas mal posso assegurar-me,
Como perder e ganhar-me,
Se ganhei, ou se perdi...
Fontes de pesquisa:
Trabalho de Pesquisa: Eliane Ellinger (Shir)
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