Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









quarta-feira, 3 de julho de 2013

PEDRO CALAZANS


PEDRO CALAZANS
( 1837 - 1874 )


Pedro Luziense de Bittencourt Calazans foi um poeta, crítico e jornalista da segunda geração romântica, conhecida como Ultra-Romantismo ou Mal do Século.
Filho do tenente-coronel João José de Bittencout Calazans, um dos precursores da agronomia do Sergipe, e de Luiza Carolina Amélia Calazans, nasceu o poeta no famoso engenho Castelo, propriedade da família de seu pai.
Iniciou seus estudos no Liceu de São Cristóvão, completando-os em Recife (PE).
Aos 16 anos publica "Adeus!", seu primeiro livro de poesias e começa a contribuir para alguns periódicos da região.
Segundo Sílvio Romero, enorme foi o prestigio desfrutado por Colazans nas rodas literárias de Pernambuco. "Páginas Soltas" é publicado quando, em 1855, ingressa na Faculdade de Direito do Recife, na qual bachalerou-se a 16 de dezembro de 1859. De volta à terra natal, então com 22 anos, ocupa a promotoria da comarca de Estância (SE) e casa-se com rica herdeira, mas logo se separa.
Calazans é eleito deputado geral para a legislatura de 1861-1864 quando, ao ser absorvido pelas lutas partidárias, deixa o convívio das musas para dedicar-se à advocacia e à imprensa na capital do Império, onde se fez conhecido como atuante jornalista. No mesmo ano parte para a Europa, onde percorre vários países e retoma a publicação de seus livros: "Ofenísea", em Bruxelas, "Uma Cena de Nossos Dias" (drama em 4 atos) e "Wiesbade", sua obra mais conhecida, ambas em Leipzig, Alemanha.
De volta ao Brasil, em 1867, abandona a política e é nomeado juiz municipal de Caçapava (SP), onde publica mais quatro livros escritos durante sua excursão pelo velho continente. "A Campa e a Rosa", tradução de Victor Hugo, "A Morte de uma Virgem", "A Rosa e o Sol" e "Qual Delas?" . Segue a magistratura e é eleito deputado provincial no Rio Grande do Sul, mas consegue remoção para a comarca de Jeremoabo (BA) no ano seguinte, quando começa a sentir-se definhando em consequência do mal de que só muito mais tarde percebe-se e que iria vitimá-lo.
Em busca de tratamento para a tuberculose, procura o clima de Ilhéus (BA), sem nada conseguir. Esteve, depois, nas cidades de Serro e Diamantina (MG), em busca de repouso e paz sob o clima das montanhas, também em vão. A conselho médico, parte para a Ilha da Madeira, onde não chega a aportar e falece a bordo do navio, próximo a Lisboa.



À UM MENINO

 
Na maciez do alvo braço,
De tua mãe no regaço
Dormes, infante, a sonhar;
Teu sonho é plácido e liso,
Que um angélico sorriso
Te vem nos lábios pairar.
 
Dormiste aos beijos maternos,
Entre carinhos tão ternos
Como é doce o teu dormir!
Quando acordares sorrindo,
Verás o semblante lindo
De tua mãe a sorrir.
 
Dorme em sossego, menino,
Pois no livro do destino
Tens um destino feliz,
Dorme em completo abandono,
Dourado seja teu sono
Dos sonhos pelo matiz.
 
 

 
 
ESCUTA

 
Se para amar-te for mister martírios,
Com que delírios saberei sofrer!
Se de altas glórias for mister a palma,
Talvez minha alma possa além colher.
 
Quebrar cadeias, conquistar um nome,
Que não consome o perpassar das eras;
Arcar com a fúria de iracundos nortes,
Sofrer mil mortes, sem morrer deveras.
 
Nas próprias carnes apertar cilícios,
Nos sacrifícios ter sereno o rosto,
Pisar descalço sobre espinhos duros,
Com pés seguros, com sinais de gosto.
 
Longe da pátria, no país mais feio,
De tédio em meio, para amar-te, irei
Viver embora sob a zona ardente,
E alí contente por te amar serei!...
 
E a ser amado, se é mister o incenso,
Que sobe denso dos salões aos tetos,
Serei altivo, mas não vou de rastos
Com lábios castos mendigar afetos!
 
E se me odeias, por não ir-me às salas
Dizer-te as falas de mendaz paixão,
E, aos olhos de outros, profanando extremos,
Dizer-te: amemos, e apertar-te a mão.
 
Me odeia, e muito, que eu não sou da farsa,
Que o mal disfarça, que desfruta e ri!
Me odeia, e sempre, que eu não desço ao nível
Do pó terrível, que se arrasta aí!
 
Dá-me o teu ódio, pois não quero - escuta -
Beber cicuta, procurando mel.
Dá-me o teu ódio, mas num grau subido,
Embora ungido de amargoso fel!
 
Dá-me o teu ódio por fatal sentença,
A indiferença me será pior.
Que um sentimento por mim sintas na alma,
Dá-me  essa palma de um sofrer melhor!

 
Fontes de pesquisa:


Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

2 comentários:

  1. Mais uma excelente atualização do nosso querido Clube de Poetas. Parabéns, como sempre as Atualizações são de primeira grandeza. Vocês sempre nos emocionam e encantam. É muito bom sempre poder também saber um pouco da Biografia dos Grandes e Renomados Poetas que aqui são publicados.
    Abraços e beijos no coração de todos os componentes do Grupo e em especial para a Owner e Moderadoras que nos mostram uma dedicação muito profunda.

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  2. Estou visitando,aos poucos,este Blog o qual sigo,e aplaudindo os poemas que são maravilhosos.Abraços a todos os poetas!

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