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Clube de Poetas









quinta-feira, 2 de outubro de 2014

AFFONSO CELSO DE ASSIS FIGUEIREDO JÚNIOR


AFFONSO CELSO
(1860 - 1938)
 
Affonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, titulado Conde de Afonso Celso pela Santa Sé, mais conhecido simplesmente como Affonso Celso, é um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras. Filho do Visconde de Ouro Preto, último presidente do Conselho de Ministros do Império, e de D. Francisca de Paula Martins Toledo, esta filha do Conselheiro Joaquim Floriano de Toledo, coronel da Guarda Nacional, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais em 31 de março de 1860 e veio a falecer no Rio de janeiro a 11 de julho de 1938.
Aos 15 anos de idade, publicou Os Prelúdios , reunindo uma pequena coleção de poesias de conteúdo romântico. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo na qual colou grau em 1880. Defendeu na ocasião, a tese "Direito da Revolução".
Em 1884, casou-se com D. Eugênia da Costa e foi levado à condição de Conde Romano em 1905. Curiosamente, Afonso Celso é trisavô de Dinho Ouro Preto, vocalista da banda brasileira de rock, Capital Inicial.
Ingressando nas lides políticas, foi eleito quatro vezes deputado geral por Minas Gerais. Na Assembléia Geral exerceu as funções de 1º Secretário. Com a proclamação da República, em 1889, abandonou a política e acompanhou o pai no exílio, que se seguiu à partida da família imperial para Portugal. Coube-lhe a delicada tarefa de defender o pai no início da implantação do regime republicano.
Dedicou-se ao magistério e ao jornalismo, tendo colaborado durante mais de 30 anos no Jornal do Brasil. Outros órgãos de imprensa, como A Tribuna Liberal, A Semana, Renascença, Correio da Manhã e o Almanaque Ganier, divulgaram muitos de seus artigos.
Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1892, na qualidade de sócio efetivo, posteriormente foi elevado a Honorário, em 1913 e a Grande Benemérito em 1917. Com a morte do Barão do Rio Branco, em 1912, Affonso Celso foi eleito Presidente Perpétuo dessa instituição (1912/1938).
De sua vasta obra, merecem especial destaque os seguintes livros: Oito Anos de Parlamento, Trovas, Porque me Ufano de Meu País - título que gerou críticas e elogios e a popularidade da expressão "ufanismo" - Segredo Conjugal, O Imperador no Exílio, O Assassinato do Coronel Gentil de Castro, Um Enjeitado, Rimas de Outrora,  Vultos e Fatos, Lupe e Giovanina Minha filha
 


Affonso Celso participou das atividades da Academia Brasileira de Letras, como um dos membros fundadores, tendo como patrono - na cadeira nº 36 - o poeta Teófilo Dias de Mesquita, filho de Gonçalves Dias.


No magistério também manteve atuação destacada, tendo exercido a Cátedra de Economia Política na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, da qual foi diretor por alguns anos e reitor da Universidade do Rio de Janeiro.
A última visita de Affonso Celso à Academia Brasileira de Letras ocorreu na sessão de 07 de julho de 1939, quatro dias antes de seu falecimento. 



TROVAS
 
CCXIII
 
Nunca o teu corpo acostumes
Ao que de necessidade
Lhe ser estricta não vês.
Os vícios não lhe avolumes,
Porque é grave enfermidade
Cada vício que lhe dês.
 
***
 
CCXIV
 
Eu dizia não ter senso
Quem no amor inda confia;
E acabei affecto immenso
Dando a quem não merecia.
 
***
 
CCXV
 
Não zombes da cobardia
Deste peito a ti votado
Que tanto mais te aprecia
Quanto mais menosprezado.
 
***
 
CCXVI
 
Não me creias fugidio
Que sempre te hei de buscar,
Como a água busca o rio,
Como o rio busca o mar.
 
***
 
CCXVII
Meu coração imprudente,
Quem é que tinha razão?
Eu te dizendo: "ella mente!"
Ou tu contestando: "não!"
 
***
 
CCXVIII
 
Do amor na escola indo aprendo,
Sou principiante;
Lições estou recebendo
Da minha amante.
Mas o alumno é tão ladino,
Tanto se adextra,
Que já não aceita ensino,
Fornece à mestra.
 
***
 
CCXIX
Faceira, entre as mais faceiras,
Toma sentido,
As horas correm ligeiras;
Talvez te seja impedido
Recuperar quando queiras,
Tamanho tempo perdido.



Eliana (Shir) Ellinger

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