Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

ÉRICO JOSÉ CURADO



ÉRICO CURADO
(1880 - 1961)
 
 
Érico José Curado, filho de Luiz Fleury de Campos Curado e de Maria Joaquina de Faria Lobo, nasceu em Pirenópolis, Goiania,  a 18 de maio de 1880 e foi um escritor, jornalista e advogado brasileiro. Mas, principalmente poeta considerado "O Pioneiro da Escola Simbolista de Goiás".
Em 1884, iniciou seu aprendizado da leitura com uma escrava de seus avós maternos, com quem passou a morar, numa fazenda. Transferiu-se em 1888 para Corumbá de Goiás, onde frequentou escola pública.
Quando jovem, viajou pelos rios nos Araguaia e Tocantins, vendendo mercadorias e comprando borracha.
Ao receber na cidade de Goiás Velho a visita de seu irmão João José, que era oficial do exército, decidiu ir ao Rio de Janeiro, em 1897, tentar a vida militar. Ingressou na Escola Militar, cuja carreira foi interrompida para retornar ao comércio em Araguari, Minas Gerais, e Vila Boa, antiga capital de Goiás.
Érico Curado continuou seus estudos e formou-se em Direito, em 1916. Antes, em 1910, já fora nomeado Promotor Público da cidade de Goiás, quando passa a se relacionar com os intelectuais da terra e a escrever para os jornais da época.
Seu primeiro livro de sonetos publicado foi "Iluminuras", e, quarenta anos depois,
conduz ao prelo sua segunda obra, "Poesias". Tido como a maior expressão da corrente simbolista em Goiás, Érico apresentava fortes tendências ao que então chamava de "nefelibatismo".
A 29 de setembro de 1957, tomou posse na Cadeira 11 da Academia Goiana de Letras, cujo Patrono é Rodolfo da Silva Marques, que antes fora ocupada pelo Príncipe dos Poetas de Goiás, Leo Lynce, e que a partir de 11 de março de 1962 passou a ser ocupada pelo outro príncipe dos Poetas de Goiás, Gilberto Mendonça Teles.
Em 11 de janeiro de 1961, Érico Curado faleceu em Goiânia.
 
SONETO
 
(de Iluminuras)
 
Gusla maviosa - ou trêmulos violinos...
Luas de maio, ó brisas vesperais,
Olhos que exaltam sonhos levantinos,
Linhas quebrando em formas imortais!
 
Sinfonias da luz, nênias de sinos,
Lendas e sagas, noites medievais,
Lírios e rosas, níveos, purpurinos,
Fazei meis versos vagos, musicais!...
 
Fazei meus versos de um lalor sutil...
Rimas brilhando em cadencioso aceno,
Murmúrio esparso de um rosal de abril!
 
Fazei meus versos leves, como um trilo,
Como o sorrir de um bamdolim sereno:
Salmos de amor, em blandioso estilo!...
 
** ** **
 
SONETO VI
 
(de Iluminuras)
 
Quando tu cantas nessa voz dolente,
Queixosa e amarga, voz das elegias...
Quando tu cantas, minha alma de crente,
Benta na unção das velhas liturgias...
 
Parece que se evola brandamente,
Para as regiões daluz, das harmonias;
E, comovida e terna e reverente,
Fica absorta n'um sonho de magias...
 
Tarde. Angelizam-se do poeta as cores,
Sobe da Terra um salmo de amargores
E a noite cai povoada de fatigas...
 
Ah! Canta nessa voz abemolada,
De dores, de saudades repassadas,
Cheia das mágoas das canções.
 
** ** **
 
À TARDE, NUVENS E ROSAS
 
À tarde, nuvens e rosas
Franjam de sangue o horizonte,
Um monte além outro monte,
Entre sonbras misteriosas.
 
As águas cantam ruidosas,
Luzindo à sombra da ponte.
São frescas águas da fonte,
Que vão cantando saudosas...
 
Em bandos passam morcegos,
As rãs coacham nos regos
Geme o vento em disparada... 
 
E entre as estrelas, no poente,
O arco-de-ouro do Crescente
É uma foice ensanguentada!


Fontes de pesquisa:
 



Trabalho de Pesquisa:  Eliana Ellinger
  


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