Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









segunda-feira, 9 de março de 2015

AFONSO FÉLIX DE SOUSA


AFONSO FÉLIX DE SOUSA
(1925 - 2002)
 
 
 
Afonso Félix de Sousa, filho de Raul Félix de Sousa e Franciaca Amorim Félix, nasceu em Jaraguá, Goiás, em 5 de julho de 1925. Aos nove anos mudou-se para Pires do Rio (GO), onde seu pai foi exercer o cargo de agente fiscal de rendas estaduais.
Fez os estudos primários em sua terra natal, o ginásio no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, em Catalão (GO) e no Ginásio Anchieta de Bonfim, hoje Silvânia-GO e  concluiu o segundo grau no Lyceu de Goiânia.
Em 1942, Afonso Félix publicou os primeiros poemas no jornal Voz Juvenil,  do Ginásio
Anchieta. No ano seguinte, mudou-se para Goiânia, onde iniciou sua atividade literária, colaborando em jornais como O Popular , A Folha de Goiás e na revista Oeste. Em 1946, fundou a Associação Brasileira de Escritores (sessão de Goiás)

sendo eleito, no Rio de Janeiro, secretário da ABDE, quando era Presidente o romancista Graciliano Ramos.




Em 1953, foi contemplado com bolsa de estudos para um curso de especialização em economia na École Pratique des Hautes Études, da Sorbone, em Paris. Dois anos depois, retorna ao Brasil. Designado pelo Ministro das Relações Exteriores e pelo Banco do Brasil, em 1970, Afonso Félix foi adido na Embaixada Brasileira, em Beirute.
Em 1975, aposentou-se no Banco do Brasil, onde trabalhou muitos anos nos setores de câmbio e comércio exterior. Então, passou a residir em Chicago a partir de 1986.
Sua estréia em livros foi O Túnel, coletânea de poemas editada pela revista Orfeu, em 1948.
Em 1999, teve sua obra Íntima Parábola incluida por um seleto juri e escolhido pelo jornal 'O Popular' , de Goiânia, entre os 20 livros mais importantes do século XX, em Goiás. 




Afonso Félix fundou as revistas 'Agora'  e 'Ensaio' , a Assossiação Brasileira de Escritores e Assossiação Nacional de Escritores. Recebeu os Prêmios: Olavo Bilac, do Departamento de Cultura da Secretaria de Educação do então Distrito Federal, em 1957, com o livro Íntima Parábola; Prêmio Alvares de Azevedo, da Academia Paulista de Letras, em 1960, com o livro Íntimas Parábolas; Prêmio Tioco, da União Brasileira de Escritores, seção Goiás, em 1979, com o livro Antologia Poética; Prêmio de poesia do Pen Club do Brasil, em 1981, com a coroa de sonetos A Engrenagem do Belo; Prêmio Jaburu, do Conselho Estadual de Cultura de Goiás, em 1990, como 'Personalidade do Ano'; Prêmio Nacional de Poesia 2001 da Academia Brasileira de Letras. 
Afonso Félix foi casado com a poetisa Astrid Cabral e irmão dos escritores Domingos e Aída Félix de Souza. Faleceu no Rio de Janeiro, dia 07 de setembro de 2002.


 SONETO ELEMENTAR
 
Nos recantos tranquilos encontrava
a poesia. Sobre mim e o rio
debruçavam-se as árvores. Os pássaros
eram ecos nos seus primeiros cantos.
 
Ruas de chuvas leves, nunca o inverno.
Com o menino brincar vinhas as tardes
e vinha o céu. Adeus, nuvens cinzentas
onde vagam os monstros meus da infância.
 
Já não vibram as músicas ingênuas
na planície escutadas. A poesia
difícil se tornou e vive em sombras.
 
Em mim que tanto amei hoje às palavras
movem-se para as ásperas mensagens
e vão morrer na incompreensão dos gestos.
 
** ** **
 
SONETO DO REENCONTRO
 
Nada mais esperar, se o sentimento
que um dia escravo e deus de mim fizera,
é hoje o doce e amargo no alimento
a alimentar quem sou com quem eu era.
 
E nunca o fui, senão em pensamento.
Nada mais a esperar? - Mas clama a espera no fundo
do que sonho, quero e invento
com o que resiste, em mim, ao anjo e à fera.
 
Oh, não mais esperar! - E o desespero
seria em minha voz, como em meus braços,
a espera mais total, do prisioneiro
 
Que, encerrado em si mesmo, sente o espaço...
Que inteiro está o amor no derradeiro
pedaço deste amor que despedaço.
 


Eliana (Shir) Ellinger
 

Fontes de Pesquisa:
 

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