Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









segunda-feira, 30 de março de 2015

ANDERSON DE ARAÚJO HORTA


ANDERSON DE ARAÚJO HORTA
(1906 - 1985)
 
 
Nasceu em Tombos, Zona da Mata mineira, em 30 de novembro de 1906. Estudou na cidade natal,em Leopoldina e em Carangola, diplomou-se em 1931 pela Academia de Comércio de Juiz de Fora e, em 1937 pela Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.
Casou-se em Manhumirim, Minas Gerais, com a poetisa Maria Braga, cuja biografia e poesias publicamos na edição anterior.
Antes e depois de formado, Anderson Horta lecionou Inglês, Geografia e História, em Carangola, em Goiás - no Liceu Oficial - e no Rio de Janeiro. Em 1945, foi chamado da antiga Vila Boa de Goiás por Pedro Ludovico para ocupar o cargo de Primeiro-Promotor Público em Goiânia.
 

Em 1947, voltou ao Estado natal, onde continuou advogando. Em 1956, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde ficou ora advogando, ora lecionando. Em 1964 transferiu-se para Brasília, onde faleceu em 16 de junho de 1985.
Anderson de Araújo Horta deixou um romance inédito e grande número de poemas, alguns deles publicados em jornais, revistas e antologias.
Em 2004 as Edições Galo Branco, do Rio de Janeiro, publicou seu livro de poesias "Invenção do Espanto" .


SOL COM CHUVA
 
Quando você nasceu, eu tive um choque imenso,
pois não podia pensar
que você fosse fazer um berreiro daqueles!
 
Eu estava no quarto esperando você,
como se espera, paradoxalmente,
um desconhecido querido.
 
Eu era moço. Não tinha esperiência alguma.
E, por isso, pensei que você fosse nascer
como menino bem comportado...
 
Mas agora já sei que os homens nascem
gritando e reclamando,
com pressa de viver.
(Porque têm pressa de tudo...)
 
O fato é que quando vi e ouvi você
tomar posse do mundo,
não pude me furtar às lágrimas.
 
E desde então qprendi que as grandes,
as extraordinárias alegrias
são como o sol com a chuva...
 
 
** ** **
 
DESCOBERTA
 
Neste lar, nosso amor, pobre de arneses,
foi prenúncio feliz de um grande dia,
E refletia-se em nós dois, às vezes,
calmo porto que Deus nos conduzia.
 
Você nasceu nos meios montanhenses,
tendo o brasão apenas da Poesia...
sem lanças, sem broquéis e sem paveses,
mas tendo o grande amor dos pais por guia!
 
Quando você nasceu, nasceu gritando,
como quem toma posse, de repemte,
de uma terra inda há pouco conquistada...
 
De modo que eu me vi também chorando,
sem saber traduzir corretamente
a sua primeiríssima balada!
 




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