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Clube de Poetas









sábado, 11 de junho de 2011

ALPHONSUS DE GUIMARÃES

ALPHONSUS DE GUIMARAENS
(1870 - 1921)


Poeta em que devoção e equilíbrio se dão as mãos desde o início, Alphonsus de Guimaraens foi mestre de um lirismo místico, em que busca e sublima a amada entre o luar e as sombras, o amor e a morte.

Afonso Henriques da Costa Guimarães, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, dia 24 de julho de 1870. Estudou engenharia e direito. Apaixonou-se por sua prima Constança, que morreu logo depois. Em São Paulo, colaborou na imprensa e frequentou a Vila Kyrial, de José de Freitas Vale, onde se reuniam os jovens simbolistas. Em 1895, no Rio de Janeiro, conheceu Cruz e Souza. Foi juiz e promotor em Conceição do Serro MG. De seus livros, os três primeiros foram publicados no mesmo ano (1899): Dona Mística, Câmara Ardente e o Setenário das Dores de Nossa Senhora. Foi escrito antes, no entanto, o Kyriale (1902), sua coletânea mais representativa. Seguiram-se Pauvre Lyre e Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923). Um dos principais representantes do movimento simbolista no Brasil, sua obra, de influência francesa (Verlaine, Mallarmé -- que traduziu), adquire com frequência acentos arcaizantes e de envolvente conteúdo lírico, uma vez que o exprime num misticismo enraizado no fundo da subjetividade e, desse modo, como uma compulsão do inconsciente. Em ritmo elegíaco e de solene musicalidade, multiplica a imagem da amada: são "Sete damas", são "As onze mil virgens", Ester, Celeste, Nossa Senhora (com quem identifica Constança), ou a célebre "Ismália". Oscila, assim, entre os indícios materiais da morte e a expectativa do sobrenatural, como se toda a sua poesia se fizesse em variações de um mesmo réquiem. Mas a evolução da linguagem é permanente e a tendência a um barroco discreto - de Ouro Preto, Mariana - se flexibiliza, se inova com acentos verlainianos, mallarmaicos, de que brotam imagens muitas vezes ousadas, não longe da invenção surrealista.

Alphonsus de Guimaraens morreu em Mariana, MG, em 15 de julho de 1921.



SONETO

Encontrei-te. Era o mês...Que importa o mês? Agosto,
Setembro, outubro, maio, abril, janeiro ou março,
Brilhasse o luar que importa? ou fosse o sol já posto,
No teu olhar todo o meu sonho andava esparso.

Que saudades do amor na aurora do teu rosto!
Que horizonte de fé, no olhar tranquilo e garço!
Nunca mais me lembrei se era mês de agosto,
Setembro, outubro, abril, maio, janeiro ou março.

Encontrei-te. Depois...depois tudo se some
Desfaz-se o teu olhar em nuvens de ouro e poeira.
Era o dia...Que importa o dia, um simples nome?

Ou sábado sem luz, domingo sem conforto,
Segunda, terça ou quarta, ou quinta ou sexta-feira,
Brilhasse o sol que importa? Ou fosse o luar já morto?


Fontes de Pesquisa:
www.netsaber.com.br
www.mundocultural.com.br

Trabalh de Pesquisa: Eliana Elinger (Shir)

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